
Duas das vacinas em estágio mais avançado contam com a participação de instituições brasileiras. O Instituto Butantã trabalha no desenvolvimento junto à farmacêutica chinesa Sinovac para produção e testes. O Instituto de Infectologia Emílio Ribas iniciou os testes dessa vacina na quinta-feira.
A fábrica Bio-Manguinhos, na Fundação Oswaldo Cruz, se prepara para produzir a vacina contra covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido. O acordo entre a Fiocruz e a AstraZeneca, farmacêutica que adquiriu a vacina inglesa, foi anunciado no fim de junho. O Estadão atualizará esse monitor regularmente até o dia em que uma vacina estiver disponível para as pessoas (estadao.com.br/e/vacina).
As plataformas que estão sendo utilizadas para desenvolvimento da vacina são divididas basicamente em quatro categorias. A busca a partir do vírus inativo é a mais tradicional. O vírus passa por processos de mutação até se tornar incapaz de causar a doença. Há a forma de obter a cura por vírus atenuado também, cuja a diferença é que ele ainda contém agentes infecciosos vivos, mas enfraquecidos, incapazes de contaminar um ser humano.
A segunda forma é o vetor-viral (replicante e não replicante). Parte do vírus é coletada e modificada geneticamente para produzir proteínas do coronavírus. A diferença entre eles é que um pode se replicar dentro das células e o outro não.
Outra forma de obtenção da vacina é por ácido nucleico (DNA ou RNA). Envolve apenas o material genético e não o vírus.
Ainda não possui eficácia comprovada no mercado. O ácido nucleico codifica a proteína do vírus para inativá-lo. Também existe a tentativa por subunidade de proteína. É a que possui mais estudos. Ele atua no processo de entrada do vírus na célula É como se fosse uma membrana que impedirá que o novo coronavírus grude na célula.
Opções em teste:
Desenvolvedor: Universidade de Oxford/ AstraZeneca
Estágio: Fase 3
Plataforma: Vetor-viral não replicante
Testagem: 2 mil voluntários
Como será: Dose única
Início do estudo: Maio de 2020
Prazo de conclusão: Julho de 2021
Última notícia: Mostrou-se segura e produziu resposta imune em ensaios clínicos iniciais em voluntários saudáveis.
Desenvolvedor: Moderna/ NIAID
Estágio: Fase 3
Plataforma: RNA
Testagem: 30 mil voluntários
Como será: Duas doses no intervalo de 28 dias
Início do estudo: Julho de 2020
Prazo de conclusão: Outubro de 2022
Última notícia: Foi considerada segura e provocou resposta imunológica em todos os 45 voluntários em um estágio inicial.
Desenvolvedor: CanSino Biologics Inc.
Estágio: Fase 2
Plataforma: Vetor-viral não replicante
Testagem: 500 voluntários
Como será: Dose única
Início do estudo: Abril de 2020
Prazo de conclusão: Janeiro de 2021
Última notícia: Mostrou-se segura para pacientes e provocou uma resposta imune significativa, de acordo com os resultados publicados pela revista médica The Lancet.
Desenvolvedor: Sinovac
Estágio: Fase 3
Plataforma: Vírus inativado
Testagem: 8.870 voluntários
Como será: Duas doses com intervalo de 14 dias
Início do estudo: Julho de 2020
Prazo de conclusão: Outubro de 2021
Última notícia: Os primeiros testes foram realizados agora em julho em profissionais do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Desenvolvedor: BioNTech/ Pfizer
Estágio: Fase 3
Plataforma: RNA
Testagem: 32 mil voluntários
Como será: Duas doses no intervalo de 28 dias
Início do estudo: Abril de 2020
Prazo de conclusão: Janeiro de 2022
Última notícia: Segundo farmacêuticas, foram verificadas respostas imunes ‘fortes’, em velocidade anterior ao prazo estimado.
Desenvolvedor: Instituto Biológico de Pequim/ Sinopharm
Estágio: Fase 3
Plataforma: Vírus inativado
Testagem: 5 mil voluntários
Como será: Duas doses/ 14 ou 28 dias
Início do estudo: Julho de 2020
Prazo de conclusão: Julho de 2021
Última notícia: Testes demonstraram a segurança e a capacidade de duas doses estimularem respostas imunes.