O presidente mexicano Andres Manuel López Obrador (C)  - Alfredo Estrella/ AFP
O presidente mexicano Andres Manuel López Obrador (C) Alfredo Estrella/ AFP
Por AFP
Cidade do México - Um grupo de 17 soldados foi detido no México após a morte de uma mulher em protestos contra o desvio de uma barragem para fornecer água às populações dos Estados Unidos, informaram as autoridades na quinta-feira.

Os integrantes da Guarda Nacional foram entregues por seus superiores à procuradoria do estado de Chihuahua (norte) para serem investigados no caso do manifestante.

A morte ocorreu na terça-feira passada, após confrontos entre militares e residentes que ocuparam a barragem de La Boquilla em rejeição ao desvio de água para os Estados Unidos.

Durante o incidente na comunidade Delicias, o marido da vítima também ficou ferido.

De acordo com alguns veículos da mídia local, ambos foram baleados, mas o relatório oficial não menciona isso.

"A Guarda Nacional tem mantido uma estreita cooperação com a procuradoria de Chihuahua e a promotoria mexicana (...) para esclarecer os fatos", disse a instituição militar em um comunicado.

O presidente Andrés Manuel López Obrador explicou que o México é obrigado a abastecer seu vizinho os Estados Unidos conforme um tratado de 1944 e garante que esta situação não afeta o abastecimento do lado mexicano.
Nesta quinta-feira, o presidente lamentou a morte do manifestante, mas defendeu a ação militar.

"A Guarda agiu muito bem porque, primeiro, havia muito mais manifestantes e eles, embora tivessem armas, decidiram não usá-las", disse o presidente em sua entrevista coletiva habitual.

Segundo a Guarda Nacional, horas depois da intervenção em La Boquilla, onde havia cerca de 2.500 manifestantes, um grupo passou com veículos por outra infraestrutura protegida pelos agentes.

López Obrador e o governador de Chihuahua, o opositor Javier Corral, se acusam de politizar a questão da barragem.