
Simultaneamente, a pandemia fez com que as pessoas se isolassem em casa e passassem mais tempo do que nunca on-line. Ofuscando tudo isso, há ainda a controversa eleição presidencial de novembro.
"As pessoas estavam desesperadas por conselhos e orientação para fazer algo", disse Davis. Petições online, arrecadação de fundos e mobilização tornaram-se a norma e o Instagram foi o terreno principal para essa tendência.
"Insta" foco
"O Instagram é a nossa maior e mais eficaz plataforma quando se trata de fazer com que os usuários levem a cabo os links de ação", explicou Emily Patterson, gerente de mídias sociais da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), referindo-se a fazer as pessoas clicarem para assinar petições, organizar protestos ou entrar em contato com membros do Congresso. "Ele tem o público que estamos tentando alcançar."
O recurso Stories do Instagram permite que os usuários mostrem uma sequência de imagens, como por exemplo um dia inteiro protestando. E o aplicativo também aumentou sua gama de ferramentas de compartilhamento.
Para movimentos políticos, o Instagram tem um público cobiçado de jovens adultos, desde adolescentes até pessoas na casa dos 30 anos, se conectando com seus amigos e pares.
"No Facebook, não são só amigos e comunidades escolhidas, mas também seus pais, colegas de quarto, ex-parceiros - uma ampla coleção de todo mundo que alguém já conheceu", disse Patterson. "Então as pessoas não entram em alguns assuntos profundamente importantes para elas nessa plataforma".
Além disso, o Instagram é onde as pessoas passam muito tempo, o que o torna propício para o ativismo. Os resultados são comprovados, de acordo com Patterson.
A ACLU recebeu reclamações de advogados norte-americanos sobre "o quanto eles odiavam as pessoas os confrontando a partir das redes sociais" sobre a separação de crianças imigrantes de seus pais na fronteira com o México, e a maioria dos casos acontecia no Instagram, afirmou Patterson.
Fotos alimentam indignação
O imunologista Dr. Noc, 27, disse que poucas pessoas vão ao Instagram para se educarem, então é preciso surpreendê-las com conhecimento. "As pessoas preferem informações curtas com legendas, que sejam fáceis de digerir e também divertidas", disse Noc, que usa sua conta para explicar a covid-19 e a pandemia.
De olho no futuro, Noc acha, na verdade, que seu crescimento foi mais explosivo no TikTok, plataforma de compartilhamento de vídeos curtos. Ele suspeita que seu sucesso se deve ao fato de que não há tantas pessoas postando sobre imunologia por lá.
Ele passa horas fazendo vídeos para seus 200 mil seguidores do TikTok e os republica no Instagram, onde tem menos seguidores.
No dinâmico mundo da tecnologia, o Instagram celebra seu 10º aniversário com sua vantagem política agora sob ameaça do novato em ascensão.