Aerial view of Plaza Italia square showing people gathering as they wait for the official result on the constitutional referendum voting, in Santiago on October 25, 2020. - A year to the day after more than one million people thronged downtown Santiago in the biggest Chile's social uprising, Chileans vote Sunday on whether to change the country's dictatorship-era constitution seen as underpinning the nation's glaring inequalities. (Photo by JAVIER TORRES / AFP) - AFP
Aerial view of Plaza Italia square showing people gathering as they wait for the official result on the constitutional referendum voting, in Santiago on October 25, 2020. - A year to the day after more than one million people thronged downtown Santiago in the biggest Chile's social uprising, Chileans vote Sunday on whether to change the country's dictatorship-era constitution seen as underpinning the nation's glaring inequalities. (Photo by JAVIER TORRES / AFP)AFP
Por AFP
Chile - O voto “Eu aprovo”, a favor da mudança na Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet, lidera com 77,28% os resultados do plebiscito realizado neste domingo no Chile, com 11,28% dos votos apurados. Já o “Rejeito” chega a 22,74%.
A contagem foi iniciada imediatamente após o fechamento das mesas, às 20h00 locais, e, após uma hora, foi confirmada a vantagem da opção “Aprovo” sobre a “Rejeito”.

Na Praza Italia, no centro de Santiago, epicentro dos protestos do ano passado, Sebastián Llanta, um engenheiro de 32 anos, disse à AFP que "o que está acontecendo hoje era algo impossível de imaginar".

"Está sendo conquistado por tudo o que aconteceu há pouco mais de um ano. Não será como mágica, da noite para o dia, mas o que acontecer agora tem a ver com a contribuição de todos nós”, acrescentou.

Mais de 14,7 milhões de chilenos foram convocados a votar. Com a população usando máscaras e com a esperança de uma mudança, longas filas foram observadas nos centros de votação, onde o processo transcorreu sem incidentes, respeitando as medidas sanitárias para evitar a propagação da covid-19.

A taxa de participação é um dado-chave em uma votação realizada em meio a uma pandemia, em um país onde desde 2012 o voto é voluntário. A referência imediata é a eleição presidencial de 2017, quando foi eleito o presidente Sebastián Piñera em escrutínio que contou com a participação de 49,2% do eleitorado.
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"Há muitas pessoas para votar de todos os lados. Nunca vi tanta gente e tantos jovens", disse à AFP José Gallardo, um motorista de táxi de 73 anos que percorreu a cidade pela manhã.

O plebiscito é marcado pela possibilidade de mudanças que este inédito processo eleitoral abre, definido após um amplo acordo político alcançado em novembro do ano passado, quase um mês após o início, em 18 de outubro de 2019, de protestos e confrontos sociais violentos com a polícia, em resposta ao aumento da passagem do transporte público em Santiago.
O presidente Sebastián Piñera, que permanece neutro até o momento e não revelou se votaria a favor ou contra uma nova Constituição, foi às urnas cedo e pediu aos seus compatriotas que fizessem o mesmo "porque todas as vozes importam".

“Esperamos por muito mais de um ano [por isso], é um acontecimento histórico em nosso país”, disse à AFP Elías Pérez, psicólogo de 39 anos, que votou no Estádio Nacional de Santiago, lugar emblemático da história que se tornou o maior centro de votação do país para o plebiscito deste domingo.