Na Praza Italia, no centro de Santiago, epicentro dos protestos do ano passado, Sebastián Llanta, um engenheiro de 32 anos, disse à AFP que "o que está acontecendo hoje era algo impossível de imaginar".
"Está sendo conquistado por tudo o que aconteceu há pouco mais de um ano. Não será como mágica, da noite para o dia, mas o que acontecer agora tem a ver com a contribuição de todos nós”, acrescentou.
Mais de 14,7 milhões de chilenos foram convocados a votar. Com a população usando máscaras e com a esperança de uma mudança, longas filas foram observadas nos centros de votação, onde o processo transcorreu sem incidentes, respeitando as medidas sanitárias para evitar a propagação da covid-19.
A taxa de participação é um dado-chave em uma votação realizada em meio a uma pandemia, em um país onde desde 2012 o voto é voluntário. A referência imediata é a eleição presidencial de 2017, quando foi eleito o presidente Sebastián Piñera em escrutínio que contou com a participação de 49,2% do eleitorado.
O plebiscito é marcado pela possibilidade de mudanças que este inédito processo eleitoral abre, definido após um amplo acordo político alcançado em novembro do ano passado, quase um mês após o início, em 18 de outubro de 2019, de protestos e confrontos sociais violentos com a polícia, em resposta ao aumento da passagem do transporte público em Santiago.
“Esperamos por muito mais de um ano [por isso], é um acontecimento histórico em nosso país”, disse à AFP Elías Pérez, psicólogo de 39 anos, que votou no Estádio Nacional de Santiago, lugar emblemático da história que se tornou o maior centro de votação do país para o plebiscito deste domingo.