
"Antecipando uma possível pergunta de vocês sobre as felicitações do presidente Putin ao presidente eleito dos Estados Unidos, quero dizer o seguinte: acreditamos ser correto aguardar os resultados oficiais das eleições", disse o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, nesta segunda-feira, em sua tradicional coletiva de imprensa diária segundo reportam as agências de notícias russas.
No entanto, o representante afirmou que o governo russo "espera que seja possível construir um diálogo com o próximo presidente dos Estados Unidos e concordar as modalidades para melhorar as relações bilaterais". "Sobretudo porque uma importante parte das relações bilaterais, como segurança e a estabilidade estratégica, não afeta apenas as nossas duas nações, mas todas as nações do mundo de fato", pontuou ainda.
Em 2016, quando Donald Trump venceu Hillary Clinton na disputa à Presidência, o Kremlin parabenizou o republicano quase que imediatamente, mesmo que o resultado ainda não tivesse sido certificado pelas autoridades estaduais.
"A diferença para agora é bastante óbvia. Devem ser enfrentados alguns procedimentos legais que foram anunciados pelo presidente no cargo. E é essa a diferença para aquela situação. Por isso, cremos que seja correto esperar o resultado oficial", acrescentou Peskov.
A mesma linha foi adotada pelo governo da China nesta segunda-feira. Um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que Pequim acompanhou que "Joe Biden declarou sua vitória eleitoral", mas que "o nosso entendimento é que o resultado das eleições será determinado em conformidade com as leis e os procedimentos estadunidenses".
A afirmação foi dada aos jornalistas chineses que haviam questionado a razão pela qual a China ainda não tinha enviado sua mensagem de felicitação, sendo um dos poucos países do mundo a não fazer isso.
Assim como os russos, porém, Wang afirmou que o país espera uma melhor relação com o novo presidente. Isso porque Trump acelerou práticas de aplicação de sanções políticas, econômicas e diplomáticas ao longo dos 10 meses de 2020, deteriorando ainda mais as relações entre as duas nações.
"Nós sempre apoiamos que a China e os Estados Unidos devem reforçar a comunicação e o diálogo, gerir as diferenças no respeito recíproco, expandir a cooperação sobre a base da vantagem recíproca e promover o desenvolvimento são e estável das relações sino-americana", disse Wang ao ser questionado sobre o que esperava de uma nova administração norte-americana.
Poucos são os países no mundo que não reconheceram a vitória de Biden, entre eles, Brasil, México e Turquia.
Pela lei norte-americana, todas as disputas legais sobre os resultados devem ser finalizadas nos estados ou na Suprema Corte até seis dias antes da reunião do colégio eleitoral. Neste ano, essa data será 8 de dezembro, já que os delegados se reúnem e votam em 14 de dezembro.