Publicado 14/12/2020 12:05
Paris, França - O número de jornalistas detidos no mundo alcança 387 no fim de 2020, dado que praticamente não mudou em 12 meses, apesar do aumento das prisões arbitrárias relacionadas com a crise de saúde, afirma o balanço anual da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Como em 2019, quando a RSF contabilizou 389 jornalistas detidos pelo exercício da profissão, cinco países concentram mais da metade das prisões (61%), destaca a organização em seu relatório.
A China continua no primeiro lugar da lista, com 117 jornalistas (profissionais ou não) detidos, à frente de Egito (30), Arábia Saudita (34), Vietnã (28) e Síria (27).
"O número de jornalistas detidos em todo mundo permanece em um nível historicamente alto", afirma a RSF.
E as mulheres, "cada vez mais numerosas na profissão, não estão livres", denunciou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, em um comunicado.
De acordo com o documento, 42 delas "estão privadas da liberdade atualmente", enquanto em 2019 eram 31 nesta situação (+35%).
Dezessete foram presas durante o ano, quatro delas em Belarus, centro de uma repressão sem precedentes desde a reeleição, considerada fraudulenta, de Alexander Lukashenko. Ele governa a ex-república soviética desde 1994.
O balanço destaca ainda o aumento das detenções vinculadas com a crise de saúde, com 14 jornalistas presos por sua cobertura da pandemia, sete deles na China.
A ONG, que criou em março o Observatório 19, dedicado ao tema, registrou "mais de 300 incidentes diretamente relacionados à cobertura jornalística da crise de saúde" entre fevereiro e o fim de novembro, que envolveram quase 450 repórteres.
"As detenções arbitrárias, que representam 35% dos abusos registrados (à frente da violência física, ou psíquica), quadruplicam entre março e maio", indica o documento.
"As leis de emergência, ou as medidas de emergência na maioria dos países para conter a pandemia contribuíram para confinar a informação", explica a RSF.
Os jornalistas detidos pela cobertura da pandemia são liberados de modo geral em algumas horas, dias ou semanas, 14 deles "permanecem presos" na Ásia (7 na China, 2 em Bangladesh, 1 em Mianmar), no Oriente Médio (2 no Irã, 1 na Jordânia) e na África (1 em Ruanda).
A China, que "censurou amplamente as críticas a sua gestão da crise" nas redes sociais, tem entre os detidos pela covid-19 a advogada e jornalista não profissional Zhang Zhan, presa após informar em fevereiro sobre a epidemia em Wuhan, ao vivo no Twitter e no YouTube.
Em Bangladesh, o escritor e blogueiro Mushtaq Ahmed permanece em prisão preventiva, acusado de "divulgar boatos e desinformação no Facebook", após um artigo em que "denunciava a falta de material de proteção para os profissionais da saúde".
Além disso, "pelo menos 54 periodistas estão presos atualmente como reféns" na Síria, Iêmen e Iraque, 5% a menos que há 12 meses.
A ONG informou ainda que quatro jornalistas foram declarados desaparecidos em 2020, enquanto em 2019 não foi registrado nenhum novo caso de desaparecimento. Os repórteres afetados são do Oriente Médio, África Subsaariana e América Latina.
Como em 2019, quando a RSF contabilizou 389 jornalistas detidos pelo exercício da profissão, cinco países concentram mais da metade das prisões (61%), destaca a organização em seu relatório.
A China continua no primeiro lugar da lista, com 117 jornalistas (profissionais ou não) detidos, à frente de Egito (30), Arábia Saudita (34), Vietnã (28) e Síria (27).
"O número de jornalistas detidos em todo mundo permanece em um nível historicamente alto", afirma a RSF.
E as mulheres, "cada vez mais numerosas na profissão, não estão livres", denunciou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, em um comunicado.
De acordo com o documento, 42 delas "estão privadas da liberdade atualmente", enquanto em 2019 eram 31 nesta situação (+35%).
Dezessete foram presas durante o ano, quatro delas em Belarus, centro de uma repressão sem precedentes desde a reeleição, considerada fraudulenta, de Alexander Lukashenko. Ele governa a ex-república soviética desde 1994.
O balanço destaca ainda o aumento das detenções vinculadas com a crise de saúde, com 14 jornalistas presos por sua cobertura da pandemia, sete deles na China.
A ONG, que criou em março o Observatório 19, dedicado ao tema, registrou "mais de 300 incidentes diretamente relacionados à cobertura jornalística da crise de saúde" entre fevereiro e o fim de novembro, que envolveram quase 450 repórteres.
"As detenções arbitrárias, que representam 35% dos abusos registrados (à frente da violência física, ou psíquica), quadruplicam entre março e maio", indica o documento.
"As leis de emergência, ou as medidas de emergência na maioria dos países para conter a pandemia contribuíram para confinar a informação", explica a RSF.
Os jornalistas detidos pela cobertura da pandemia são liberados de modo geral em algumas horas, dias ou semanas, 14 deles "permanecem presos" na Ásia (7 na China, 2 em Bangladesh, 1 em Mianmar), no Oriente Médio (2 no Irã, 1 na Jordânia) e na África (1 em Ruanda).
A China, que "censurou amplamente as críticas a sua gestão da crise" nas redes sociais, tem entre os detidos pela covid-19 a advogada e jornalista não profissional Zhang Zhan, presa após informar em fevereiro sobre a epidemia em Wuhan, ao vivo no Twitter e no YouTube.
Em Bangladesh, o escritor e blogueiro Mushtaq Ahmed permanece em prisão preventiva, acusado de "divulgar boatos e desinformação no Facebook", após um artigo em que "denunciava a falta de material de proteção para os profissionais da saúde".
Além disso, "pelo menos 54 periodistas estão presos atualmente como reféns" na Síria, Iêmen e Iraque, 5% a menos que há 12 meses.
A ONG informou ainda que quatro jornalistas foram declarados desaparecidos em 2020, enquanto em 2019 não foi registrado nenhum novo caso de desaparecimento. Os repórteres afetados são do Oriente Médio, África Subsaariana e América Latina.
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