Publicado 27/12/2020 11:30
A França não descarta determinar um terceiro 'lockdown' se a situação epidêmica se agravar, advertiu o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, em entrevista ao jornal Journal du Dimanche, por ocasião do início da campanha de vacinação contra a COVID-19 no domingo.
"Não descartamos nunca medidas que poderiam ser necessárias para proteger a população. Isto não quer dizer que o tenhamos decidido, mas estamos observando a situação a cada hora", declarou o ministro.
As autoridades temem que nas próximas semanas ocorra uma terceira onda de contágios, logo após as festas de fim de ano.
E mais ainda levando-se em conta que a circulação do vírus permanece alta, com "15.000 contágios detectados, em média, a cada dia, enquanto tínhamos baixado para 11.000", admitiu Véran na entrevista.
"O objetivo dos 5.000 [casos diários] se distancia. E a pressão no sistema de saúde continua sendo importante, com 1.500 entradas diárias, uma tensão que diminui muito pouco nos serviços de terapia intensiva", destacou o ministro, que se disse disposto a tomar "as medidas necessárias se a situação se agravar".
Vários países já tomaram medidas para retomar o confinamento, mas a França "decidiu [adotar] medidas estritas e difíceis antes para deixar os franceses respirarem durante as festas", declarou o ministro. E embora isto "tenha funcionado, é verdade que não [foi] o suficiente", com mais de 40.000 casos de COVID-19 registrados em 48 horas (na quinta e na sexta-feira).
Neste sábado, foram registrados apenas 3.093 casos, mas muitos laboratórios estavam fechados por causa do feriado do Natal.
"Saberemos rapidamente se as reuniões familiares e festivas terão um impacto", afirmou Véran, que aconselhou aos franceses se absterem de comemorar a chegada do Ano Novo.
"Não podemos, por uma noite, nos arriscar a bloquear o país inteiro de novo durante semanas", disse.
No domingo começa a campanha de vacinação na França. As primeiras vacinas serão aplicadas em residentes de dois lares para idosos em Sevran, perto de Paris, e em Dijon, no leste do país.
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