Segundo a pasta, há 748.883 pacientes em acompanhamento e 6,75 milhões recuperados  - Divulgação
Segundo a pasta, há 748.883 pacientes em acompanhamento e 6,75 milhões recuperados Divulgação
Por AFP
Os Estados Unidos entraram em 2021 superando 20 milhões de casos de covid-19 - informou a Universidade Johns Hopkins na sexta-feira. A maior economia do mundo fracassa em seus esforços para controlar o novo coronavírus, que continua se espalhando rapidamente pelo país e já causou mais de 346 mil mortes.

A esperança mundial de que as vacinas encerrem rapidamente a pandemia foram colocadas por terra com o começo lento do programa de imunização nos Estados Unidos, afetado por problemas logísticos e por hospitais sobrecarregados. Quase 2,8 milhões de americanos já receberam a primeira dose, mas o número é bem inferior às 20 milhões de doses que o governo de Donald Trump havia prometido distribuir em 2020.

A corrida pela vacinação deve dominar o ano que se inicia, enquanto a doença já causou 1,8 milhão de mortes no mundo, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais.

A empresa alemã BioNTech comunicou hoje que trabalha intensamente para aumentar a produção de sua vacina e suprir a escassez causada pela falta de outros imunizantes aprovados na Europa.

Países como Reino Unido, Canadá e Estados Unidos deram primeiro o sinal verde para a vacina da Pfizer-BioNTech e, desde então, também autorizaram os imunizantes da companhia americana Moderna, ou da aliança britânica entre a Universidade de Oxford e AstraZeneca.

"A situação atual não é fácil, existe um rombo devido à ausência de outras vacinas aprovadas, e temos que preencher esse espaço", declarou o fundador da BioNTech, Ugur Sahin, à revista alemã "Der Spiegel".

- Restrições prorrogadas -
As críticas relacionadas à lentidão na distribuição da vacina aumentaram nos últimos dias. Na Alemanha, autoridades sanitárias se queixaram de que funcionários da área médica seguem aguardando os imunizantes, apesar de fazerem parte do grupo prioritário. A França registrou queixa semelhante.

O governo francês anunciou hoje que o toque de recolher noturno nacional será prorrogado em 15 regiões onde o número de infecções é elevado. A restrição às saídas começará às 18h, em vez de 20h.

"O vírus continua se espalhando, mas de forma diferente entre as regiões", explicou um porta-voz do governo, confirmando que teatros, cinemas e casas de espetáculos não poderão reabrir no próximo dia 7.

Também na França, cerca de 2.500 "foliões" compareceram a uma enorme festa clandestina de Fim de Ano perto de Rennes (noroeste), enfrentando a polícia, que tentou cancelá-la, informaram as autoridades.

Em todo mundo, porém, as em geral multitudinárias celebrações em cidades como Sydney, Nova York, Rio de Janeiro, ou Edimburgo, foram reduzidas, ou canceladas.

- Contágio nas férias -
As pessoas que viajaram de trem entre Londres e Paris no primeiro dia após o Brexit passaram por inspeções adicionais, mas pareciam mais preocupadas com as novas regras exigidas pela pandemia.

"Não deveria ter vindo para casa nas férias, mas houve uma emergência. Comprei minha passagem na última hora, com um teste que custa 200 libras (US$ 270)", contou a francesa Stephanie Bapes, 35, que mora em Londres.

País com uma das menores taxas de infecção da Europa, a Noruega começa, neste sábado, a exigir exames de covid-19 a quem entrar em seu território.

Quem chegar deverá fazer uma quarentena de sete dias e apresentar dois testes negativos para o vírus. Essa medida faz parte das restrições impostas pela Noruega depois da detecção de cinco casos da cepa britânica do coronavírus.

Especialistas acreditam que o pior está por vir em nível global e preveem um aumento pronunciado do número de casos e mortos após as semanas de férias. Segundo a Universidade Johns Hopkings, os Estados Unidos alcançaram um recorde de mortes diárias na última quarta-feira, com mais de 3.900 óbitos em 24 horas.

O presidente americano eleito, Joe Biden, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, pediu aos americanos que continuem usando máscara e criticou a entrega problemática da vacina. Esta semana, ele confirmou semana que invocará um decreto da época da Guerra da Coreia (1950-1953) para forçar a indústria privada a aumentar sua produção para o governo.

No governo de Donald Trump, as autoridades lançaram, com frequência, mensagens sobre o uso de máscara, a eficácia da distância social e dos confinamentos, enquanto o próprio presidente minimizava, em diferentes ocasiões, os riscos do vírus.

Em sua mensagem de Fim de Ano, porém, Trump destacou que os "cidadãos mais vulneráveis já estão recebendo a vacina, e milhões de doses estão sendo distribuídas por todo país".