Esta declaração ocorre no dia anterior a uma reunião de dois dias de ministros da Defesa da OTAN, que debatem na quinta-feira se mantêm ou não os 9,6 mil militares da Aliança no Afeganistão - AFP
Esta declaração ocorre no dia anterior a uma reunião de dois dias de ministros da Defesa da OTAN, que debatem na quinta-feira se mantêm ou não os 9,6 mil militares da Aliança no AfeganistãoAFP
Por AFP
Os talibãs pediram, nesta terça-feira (16), aos Estados Unidos para respeitar o acordo de Doha, que prevê a retirada completa de suas tropas do Afeganistão antes de maio, mas que o governo Biden está atualmente revisando.

Em uma carta com 11 pontos, os talibãs explicam o motivo que Washington deve aplicar este acordo, assinado em fevereiro de 2020 na capital do Catar, e que permitiu a abertura em setembro das negociações de paz entre os insurgentes e o governo afegão.

"Pedimos à parte americana que se comprometa a implementar plenamente este acordo", escreve o co-fundador do grupo, mollah Abdul Ghani Baradar, nesta carta aberta ao público dos Estados Unidos.

"É preciso acabar com esta guerra e aplicar o acordo de Doha é a melhor forma de fazer isso", acrescenta Baradar, que negociou o acordo em nome dos talibãs.

Esta declaração ocorre no dia anterior a uma reunião de dois dias de ministros da Defesa da OTAN, que debatem na quinta-feira se mantêm ou não os 9,6 mil militares da Aliança no Afeganistão. Segundo os acordos de Doha, todas as tropas estrangeiras deverão abandonar o Afeganistão antes de 1o de maio.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, alertou na segunda-feira que a Aliança só sairá do Afeganistão "quando chegar o momento".

O governo do novo presidente americano, Joe Biden, adiantou que está revisando esse acordo de 2020, que condiciona a retirada dos Estados Unidos a garantias de segurança por parte dos talibãs e ao seu compromisso de cortar vínculos com as organizações terroristas.

No Afeganistão, praticamente não há um dia sem explosão de bomba, ataques contra as forças do governo ou sem uma tentativa de assassinato contra uma pessoa destacada da sociedade civil.