George Floyd foi morto asfixiado pelo policial Derek Chauvin em Minnesota, nos Estados Unidos
George Floyd foi morto asfixiado pelo policial Derek Chauvin em Minnesota, nos Estados UnidosReprodução Facebook
Por AFP
Minneapolis - O júri que participará do julgamento do policial acusado pela morte do afro-americano George Floyd em maio foi formado nesta terça-feira (23) em um tribunal de Minneapolis, abrindo caminho para que o processo comece na próxima segunda-feira.
“Temos 15 jurados, 14 terão assento”, anunciou o juiz Peter Cahill, após 11 dias de uma árdua seleção dos 12 jurados e três substitutos.
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A confirmação dos escolhidos veio depois do descarte de cem cidadãos após serem submetidos a intensos interrogatórios.
Refletindo a diversidade da maior cidade do estado de Minnesota, o juiz, promotores e advogados de defesa selecionaram seis mulheres brancas, três homens negros, três homens brancos, duas mulheres mestiças e uma mulher negra.
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O júri deverá decidir sobre a responsabilidade do agora ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, de 44 anos, que pode pegar até 40 anos de prisão se for declarado culpado por sua acusação mais grave, homicídio em segundo grau.
A morte de Floyd em 25 de maio de 2020, após Chauvin se ajoelhar em seu pescoço por quase nove minutos, gerou protestos contra a injustiça racial e a brutalidade policial nos Estados Unidos e em todo o mundo.
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Um dos membros eleitos do júri será destituído pelo juiz na segunda-feira e 12 ouvirão o caso e decidirão o destino de Chauvin, enquanto os outros dois atuarão como suplentes.
Todos, exceto um, um homem branco na casa dos 20 anos, relataram ter visto, em parte ou na íntegra, o vídeo gravado por um transeunte do réu ajoelhado no pescoço de Floyd, que estava algemado.
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Embora as identidades não sejam reveladas até depois do julgamento, alguns detalhes já são conhecidos. Os selecionados têm entre 20 e 60 anos.
Há um químico, um assistente social, um contador, um bancário e um enfermeiro. Dois são imigrantes, uma é avó, outra é recém-casada e outra é mãe solteira de dois filhos adolescentes.
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O advogado de Chauvin, Eric Nelson, pediu na semana passada que o julgamento fosse adiado e realizado fora de Minneapolis após o anúncio em 12 de março de que a cidade havia fechado um acordo de 27 milhões de dólares pela "morte por negligência" com a família Floyd.
O juiz Cahill rejeitou as moções de defesa dizendo que "a publicidade anterior ao julgamento neste caso continuará, não importa por quanto tempo esperemos".
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“Quanto à mudança de foro, não creio que isso dê ao acusado qualquer tipo de julgamento justo além do que estamos fazendo aqui”, avaliou, apontando que não acredita que exista lugar no estado onde não houve uma grande divulgação do caso.
Três outros policiais, Tou Thao, Thomas Lane e J. Alexander Kueng, também enfrentam acusações relacionadas à morte de Floyd. Eles serão julgados separadamente até o fim do ano.