Imagens exibidas pela televisão indonésia mostram veículos atingidos pelos destroços nas proximidades da catedral, que foi isolada pela polícia
Imagens exibidas pela televisão indonésia mostram veículos atingidos pelos destroços nas proximidades da catedral, que foi isolada pela políciaAFP
Por AFP
Ao menos 20 pessoas ficaram feridas neste domingo em um atentado suicida contra a catedral de Makassar, leste da Indonésia, após a missa do Domingo de Ramos, um novo ataque contra uma igreja neste país de maioria muçulmana.
Os dois criminosos morreram quando entraram com uma motocicleta no complexo da da catedral do Sagrado Coração de Jesus, no sul das ilhas Sulawesi, informaram as autoridades. Vinte pessoas ficaram feridas, segundo fontes das forças de segurança, que não revelaram detalhes sobre o estado de saúde das vítimas. O primeiro balanço mencionava 14 feridos.
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O ministro da Segurança, Mahfu MD, confirmou o novo balanço e o caráter suicida do atentado, com as mortes dos dois criminosos. O presidente indonésio, Joko Widodo, "condenou com veemência o ato terrorista".
"O terrorismo é um crime contra a humanidade", afirmou o chefe de Estado. "Faço um apelo a todos para que lutem contra o terrorismo e o radicalismo, que são contrários aos valores religiosos", completou.
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A forte explosão aconteceu na catedral do Sagrado Coração de Jesus, sede da arquidiocese de Makassar, cidade portuária de 1,5 milhão de habitantes e capital da província de Sulawesi do Sul.
No lado de fora do templo era possível observar pedaços de corpos mutilados pela explosão, que aconteceu às 10h30 locais (0h30 de Brasília), após a missa do Domingo de Ramos.
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"Duas pessoas circulavam a bordo de uma motocicleta quando aconteceu a explosão perto da entrada. Os agressores tentavam entrar no complexo da catedral", declarou mais cedo o porta-voz da polícia, Argo Yuwono.
"A moto ficou destruída e há restos mortais. Estamos tentando identificar o sexo dos criminosos", completou. Imagens exibidas pela televisão indonésia mostram veículos atingidos pelos destroços nas proximidades da catedral, que foi isolada pela polícia.
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"A missa havia terminado e as pessoas estavam retornando para casa quando aconteceu a explosão", declarou ao canal Metro TV o padre Willem Tulak. Ele disse que um paroquiano tentou impedir um "homem-bomba" de entrar na igreja.
Uma testemunha citou uma explosão "muito forte". "Havia muitas pessoas feridas em plena rua. Eu ajudei uma mulher ferida e coberta de sangue. O neto dela também ficou ferido". De acordo com a polícia, um agente das forças de segurança impediu que a moto entrasse no complexo da catedral.
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O Domingo de Ramos marca a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, de acordo com a tradição cristã, e representa o início da Semana Santa. No Vaticano, o papa Francisco afirmou que rezou por todas as vítimas da violência, "particularmente pelas do ataque desta manhã na Indonésia, diante da catedral de Makassar". 
As igrejas cristãs são alvos de ataques dos extremistas na Indonésia, país de maioria muçulmana mais populoso do mundo. Em maio de 2018, uma família de seis pessoas - incluindo duas meninas de 9 e 12 anos e dois adolescentes de 16 e 18 - detonaram bombas contra três igrejas de Surabaya, a segunda maior cidade do arquipélago.
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No mesmo dia, uma segunda família detonou, aparentemente por acidente, uma bomba em um apartamento. No dia seguinte uma terceira família cometeu um ataque suicida contra uma delegacia.
Os atentados, que deixaram 15 vítimas fatais e 13 mortos entre os criminosos - incluindo cinco crianças - foram os mais violentos executados no arquipélago em uma década. As três famílias radicalizadas estavam vinculadas ao movimento extremista Jamaah Ansharut Daulah (JAD), que apoia o grupo Estado islâmico (EI). Os ataques foram reivindicados pelo EI.
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Mais de 200 pessoas morreram em 2002 em atentados na ilha de Bali atribuídos ao grupo islamita indonésio Jemaah Islamiyah (JI).