Donald Williams, 33, também relatou que implorou aos agentes presentes no local que prestassem assistência a Floyd, que morreu ao ser detido, após ser acusado de pagar uma conta com uma nota falsa de 20 dólares. O ex-agente Derek Chauvin, 44, é acusado de homicídio por seu papel no caso, que ocorreu em 25 de maio de 2020.
O vídeo impressionante de Floyd agonizando sob o joelho de Chauvin foi o foco da abertura da argumentação, nesta segunda-feira, no julgamento pela morte desse homem negro, 46 anos, que gerou comoção no mundo. A mulher que gravou o vídeo depôs hoje. Ela descreveu Floyd como alguém que estava "aterrorizado e que suplicou por sua vida".
Williams contou que Floyd foi imobilizado por Chauvin com um golpe de artes marciais e que o viu perder os sentidos. Depois que uma ambulância levou a vítima, Williams telefonou para o serviço de emergências. "Eu achava que tinha sido testemunha de um homicídio. Não sabia mais o que fazer", disse no tribunal.
Telefonema
Ao ser interrogado sobre a quem se referia, Williams respondeu: "Ao oficial sentado ali", e apontou para Chauvin. "Você viu Floyd resistindo à prisão?", perguntou o promotor Matthew Frank. Williams respondeu que não.
Ao ser interrogado pelo advogado de defesa, Eric Nelson, Williams admitiu que insultou Chauvin e os outros agentes que estavam no local. "Você o chamou de vagabundo 13 vezes", citou Nelson. "Eu tinha que falar por Floyd", defendeu-se Williams.
O vídeo que mostra a morte de Floyd deve ser o eixo central do processo contra Chauvin. A acusação busca provar que o então policial não teve nenhuma justificativa para aplicar a imobilização perigosa que causou a morte de Floyd.
A defesa argumentou ontem que pode provar que Floyd estava drogado, o que teria forçado os policiais a serem mais duros, e que sua morte se deveu mais às drogas e a seus problemas de saúde do que à asfixia. "Vocês vão ver que Derek Chauvin fez exatamente o que havia sido treinado para fazer", afirmou Nelson.
Com 19 anos de trabalho na polícia, Chauvin é acusado de assassinato e homicídio culposo, e pode pegar até 40 anos de prisão se for declarado culpado da acusação mais grave: assassinato em segundo grau. O julgamento é acompanhado com atenção pelo mundo inteiro, e a Casa Branca informou ontem que o presidente Joe Biden também estava atento ao processo.
Ben Crump, advogado especialista em direitos civis que representa a família Floyd, classificou o processo de "um julgamento histórico, que será um referendo sobre o quão longe os Estados Unidos chegaram em sua busca por igualdade e justiça para todos".
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