Na última semana a Rússia anunciou a retirada de suas tropas da fronteira com a Ucrânia.
Na última semana a Rússia anunciou a retirada de suas tropas da fronteira com a Ucrânia. AFP
Por AFP
O presidente russo, Vladimir Putin, 68 anos, assinou nesta segunda-feira (5) a lei que permite que ele dispute dois novos mandatos de seis anos, o que abre o caminho para sua permanência no Kremlin até 2036.
A lei, publicada no Diário Oficial do governo russo, foi aprovada pelo Parlamento em março, após um referendo constitucional organizado no verão (hemisfério norte, inverno no Brasil) de 2020.
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Putin, no comando do país desde 2000, deveria, em teoria, encerrar sua carreira ao final de seu atual mandato em 2024, já que a lei russa não permite que um presidente exerça mais de dois mandatos consecutivos.
Mas de acordo com o texto que promulgou hoje, "esta restrição não se aplica aos que ocupavam o cargo de chefe de Estado antes da entrada em vigor das alterações à Constituição", aprovadas por referendo em 2020.
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Esta não é a primeira vez que Putin atinge o limite de dois mandatos. Em 2008, ele assumiu o cargo de primeiro-ministro e deixou o Kremlin para seu último chefe de governo, Dmitry Medvedev. Após esse interlúdio de quatro anos, ele foi reeleito presidente em 2012.
A revisão constitucional votada no verão de 2020 também introduz na Constituição princípios conservadores caros ao presidente - fé em Deus, casamento reservado a heterossexuais, educação patriótica - bem como imunidade vitalícia garantida aos presidentes russos.
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O opositor Alexei Navalny, agora preso, qualificou este referendo como uma "grande mentira" e a ONG Golos, especializada na observação das eleições, denunciou um ataque "sem precedentes" à soberania do povo russo.
A votação, cujo resultado não levantava dúvidas, terminou com uma vitória do "sim" com 77,92% e uma participação de 65%, segundo dados oficiais.