Diretora-geral da OPAS, Carissa Etienne
Diretora-geral da OPAS, Carissa EtienneAFP
Por AFP
Washington - A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destacou nesta quarta-feira (7) o aumento "preocupante" das infecções por covid-19 na América do Sul, lembrando que, na última semana, Brasil e Argentina estiveram entre os dez países com maior número de novos contágios no mundo.
"As infecções por covid-19 continuam aumentando nas Américas", disse a diretora da OPAS, Carissa Etienne, em uma entrevista coletiva.
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"Mas, em nenhum lugar, as infecções são tão preocupantes quanto na América do Sul, onde os casos estão aumentando em quase todos os países", ressaltou.
Na última semana, zonas de Bolívia e Colômbia viram o número de contágios duplicar, e os países do Cone Sul tiveram uma aceleração dos casos "com transmissão comunitária ininterrupta", afirmou.
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Ela apontou ainda que, no Peru e no Equador, as UTIs estão chegando a sua capacidade máxima.
No resto das Américas, o continente mais afetado pela pandemia, a situação epidemiológica é "desigual", disse Etienne.
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Na América do Norte, o Canadá registrou um aumento nos casos e hospitalizações, mas as taxas de infecção estão diminuindo nos Estados Unidos e no México.
Ainda assim, os Estados Unidos, país do mundo com mais casos e mortes por covid-19 em números absolutos, ficou na última semana entre os dez com mais novas infecções.
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Na América Central, os casos diminuíram em Belize, El Salvador e Panamá, mas aumentaram na Costa Rica, Honduras e Guatemala.
E no Caribe, Jamaica e República Dominicana viram um declínio nas infecções, mas as infecções estão aumentando em ilhas menores, como Martinica e Bermudas.
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Diante do aumento das viagens "dentro e entre os países", Etienne reiterou a necessidade de cumprir medidas para interromper a transmissão do vírus e evitar o colapso dos sistemas de saúde.
"A diminuição das infecções começa por ficar em casa e fazer todo o possível para proteger a nós mesmos e aos outros de adoecer. E, contudo, ainda estamos vendo as populações da região aumentarem lenta e continuamente sua mobilidade", apontou.
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"Se essas tendências continuarem, nossos sistemas de saúde terão problemas mais sérios", alertou.
Brasil e Argentina reportaram na terça-feira recordes de mortes e casos diários, com mais de 4.000 óbitos no Brasil e quase 21.000 infecções na Argentina em 24 horas.