O estudo foi feito com uma amostra de 1.505 pessoas não infectadas pelo novo coronavírus, que não tinham anticorpos para a doença e viviam na mesma residência que alguém que teve covid-19 nos quatro dias anteriores. Realizado em conjunto com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID na sigla em inglês), foi duplo-cego, com administração de placebo para parte dos envolvidos.
Do total dos participantes, 31% tinham ao menos um fator de risco para a doença. Além disso, 33% eram obesos e 38% estavam com 50 anos ou mais. A média de idade foi de 44 anos, embora o estudo tenha reunido desde pré-adolescentes com 12 anos a idosos com 92 anos.
"Esses anticorpos podem ser particularmente úteis em indivíduos que ainda não são vacinados, e também podem ter potencial para aqueles que são imunossuprimidos e podem não responder bem às vacinas", destacou o médico Dan H. Barouch, codiretor investigador do ensaio e professor na escola de Medicina da Universidade de Harvard, também no comunicado divulgado pela empresa.
Ainda de acordo com o laboratório, 20% das pessoas que tomaram o coquetel tiveram eventos adversos, ante 29% das que receberam placebo. Os eventos considerados graves ocorreram em 1% do grupo que recebeu o Regen-Cov, mesmo porcentual do placebo. Somente os participantes que não tomaram o tratamento precisaram ser hospitalizados ou ir a um pronto-socorro por causa da covid-19 durante os 29 dias de avaliação da eficácia.
Além disso, reações no local de injeção ocorreram em 4% das pessoas que receberam o coquetel, enquanto foram registradas em 2% do outro grupo. Segundo a empresa, as duas mortes de participantes que receberam o tratamento não tiveram relação com os medicamentos ou a covid-19.
O coquetel está liberado para uso em caráter emergencial nos Estados Unidos desde novembro passado para pacientes com ao menos 12 anos e 40 quilos, tendo sido utilizado no tratamento do então presidente Donald Trump. Segundo a fabricante, ensaios clínicos em diferentes ambientes continuarão, incluindo um voltado a pacientes hospitalizados, feito no Reino Unido.
Ainda de acordo com o laboratório, parte dos estudos foi financiada por fundos federais norte-americanos fornecidos pela Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado Biomédico (Barda, na sigla em inglês), que integra o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.