Para comandante, futuro do Afeganistão é difícil de prever após saída dos EUA
Para comandante, futuro do Afeganistão é difícil de prever após saída dos EUAAFP
Por AFP
É impossível prever o futuro do Afeganistão após a retirada das tropas dos Estados Unidos, declarou nesta quarta-feira, 28, o chefe do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley, que advertiu que o "pior caso" seria uma queda do governo contra o Talibã.
"Situação difícil, não há boas respostas para nada disso", disse Milley no Fórum de Sedona, após ser questionado sobre o futuro do Afeganistão.
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Miley relatou que o Pentágono retirará seus últimos 2.500 soldados em setembro em virtude da decisão anunciada há duas semanas pelo presidente Joe Biden de encerrar a intervenção militar dos Estados Unidos no país asiático. A presença americana no país durou duas décadas.
"O que quer que aconteça depois disso, acredito que pode haver uma... série de resultados, alguns dos quais são muito ruins, outros nem tanto", disse ele.
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"Na análise do pior caso, haveria um potencial colapso do governo, um potencial colapso do exército. Haveria então uma guerra civil e toda a catástrofe humanitária que a acompanha", explicou o chefe militar.
Isso poderia resultar num ressurgimento da Al-Qaeda, o grupo radical islâmico por trás dos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos e o principal motivo da intervenção americana no Afeganistão a partir de 2001.
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"Por outro lado, o país tem um exército, isto é, um exército de 350.000 homens e forças policiais e forças de segurança; hoje o Afeganistão tem um governo", indicou Milley.
"Eles estiveram envolvidos em operações de contra-insurgência durante bastante tempo contra o Talibã. Portanto, uma queda automática de Cabul não é uma conclusão inevitável, por assim dizer", comentou.
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Em sua opinião, o melhor resultado para a população afegã seria um acordo negociado entre o governo e os rebeldes do Talibã, mas ele se recusou a prever qual será o curso do país após a retirada dos Estados Unidos.
Ele indicou que mesmo após a retirada, os Estados Unidos poderão continuar monitorando e perseguindo a Al-Qaeda, caso o grupo decida expandir sua influência.
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"Temos muitos recursos... para rastrear e alvejar os inimigos de nosso país", acrescentou Milley.
"O Afeganistão e o Paquistão não são os únicos lugares que têm essas ameaças terroristas. Portanto, podemos monitorar, podemos atacar se houver necessidade", enfatizou.