Desde 2019, o presidente enfrenta protestos massivos em todo o país
Desde 2019, o presidente enfrenta protestos massivos em todo o paísDANIEL MUNOZ / AFP
Por AFP
O governo colombiano pediu, nesta quinta-feira (6), um diálogo entre "aqueles que marcham" e "aqueles que não marcham" nos violentos protestos contra o presidente Iván Duque, que deixaram 24 mortos em nove dias.
"Devemos ouvir todos os setores do país, mas o país também deve ouvir o governo (...) Isso inclui quem marcha, mas também quem não marcha", disse o conselheiro presidencial Miguel Ceballos, mediador do governo junto aos manifestantes.
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As conversas começaram na quarta-feira com a liderança do conselheiro e a participação do Ministério Público, Defensoria do Povo e sindicatos econômicos.
Ceballos garantiu que se reunirá com os líderes dos protestos na segunda-feira, em um local fora da sede da presidência, mas não quis confirmar a participação de Duque.
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"A vontade do governo era convidar primeiro aqueles que organizam o Comitê Nacional de Greve, mas entendendo que essas mobilizações não se limitam a esse grupo", acrescentou.
Desde 2019, o presidente enfrenta protestos massivos em todo o país, que voltaram com força no dia 28 de abril em repúdio a uma reforma tributária já retirada.
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Sindicatos, estudantes, indígenas, ambientalistas, entre outros setores se reuniram em torno do chamado Comitê Nacional de Greve para exigir mudanças nas políticas do governo conservador.
"O governo tem que dialogar com quem está nas ruas, que são os jovens", disse Claudia López, prefeita de Bogotá, um dos focos dos protestos.
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Líderes das mobilizações disseram estar abertos ao diálogo direto com Duque, sem intermediários.
Os protestos têm sido, em sua maioria, pacíficos e festivos. Em algumas cidades, ocorreram distúrbios e confrontos com as forças públicas que deixaram 24 mortos e mais de 800 feridos.
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Durante entrevista coletiva virtual para jornalistas em Washington nesta quinta-feira, o ministro da Defesa, Diego Molano, atribuiu o "vandalismo" nas ruas aos dissidentes das FARC, que se afastaram do acordo de paz assinado em 2016, e do ELN, última guerrilha reconhecida na Colômbia.
A ONU, a União Europeia, os Estados Unidos e organizações de direitos humanos rejeitaram os abusos da polícia durante as manifestações.
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"Se houve uso excessivo da força, que haja responsabilização", concedeu o ministro do Interior, Daniel Palacios, durante a coletiva de imprensa virtual.