Por AFP
Berlim - As igrejas católicas alemãs deram sua bênção a casais do mesmo sexo nesta segunda-feira (10), em protesto contra a recusa do Vaticano em aceitá-los.
Mais de 100 igrejas em todo país se inscreveram para organizar serviços religiosos neste dia 10 de maio, ou antes, sob o lema "o amor vence", como parte de um projeto lançado por padres, diáconos e voluntários.
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Nos ofícios, todos os casais serão convidados a serem abençoados, independentemente de sua orientação sexual.
"Elevamos nossa voz e dizemos: continuaremos com nosso apoio àquelas pessoas que se comprometerem com uma associação vinculante e abençoem seu relacionamento", segundo nota no site criado para o projeto.
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A Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), o poderoso órgão do Vaticano responsável por preservar o credo da Igreja, decidiu em março que as uniões de pessoas do mesmo sexo não podem ser abençoadas, apesar de seus "elementos positivos".
O órgão alegou, que embora Deus "nunca pare de abençoar todos os seus filhos peregrinos neste mundo (...) não pode abençoar o pecado".
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Alguns padres alemães reagiram a esse anúncio com uma hashtag on-line pedindo "desobediência".
Embora alguns proeminentes bispos alemães apoiem a atitude do Vaticano, outros acusaram a CDF de buscar sufocar debates teológicos que têm sido muito comuns entre os católicos alemães nos últimos anos.
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Em março, 2.600 padres e diáconos alemães assinaram uma petição, solicitando que a decisão da CDF fosse ignorada, assim como 277 teólogos.
A data de 10 de maio foi escolhida para essas bênçãos por estar ligada ao envio de um arco-íris, por parte de Deus, a Noé. Este é o símbolo usado pela comunidade LGBT.
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Inspiradas por esta iniciativa, igrejas em cidades como Berlim, Colônia, Hamburgo, Frankfurt e Munique celebrarão missas tradicionais, assim como serviços ao ar livre e atividades on-line.
"Devemos reconhecer, finalmente, enquanto Igreja, que a sexualidade faz parte da vida, e não apenas no casamento entre um homem e uma mulher, mas em todos os relacionamentos amorosos, fiéis, dignos e respeitosos", disse Birgit Mock, copresidente do grupo de trabalho sobre sexualidade do Caminho Sinodal alemão.