Bernie Sanders
Bernie SandersAFP
Por AFP
O senador Bernie Sanders apresentou, nesta quinta-feira (20), uma resolução para tentar bloquear uma venda milionária de armas a Israel, uma iniciativa semelhante à de legisladores da ala esquerda do Partido Democrata, mas com poucas chances de sucesso.
"Em um momento em que bombas fabricadas nos Estados Unidos estão devastando Gaza e matando mulheres e crianças, simplesmente não podemos permitir que outra grande venda de armas ocorra sem nem mesmo haver um debate no Congresso", escreveu o senador.
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Os Estados Unidos são o maior fornecedor de equipamento militar para Israel. O Congresso americano foi formalmente informado em 5 de maio de uma venda de armas ao ministério da Defesa israelense por um total de 735 milhões de dólares.
Sanders, uma figura da esquerda americana, pode levar a resolução à votação mesmo sem o acordo do líder da maioria no Senado, Chuck Schumer. Mas parece improvável que o texto obtenha os 51 votos necessários para ser aprovado, já que muitos democratas não o apoiam.
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Segundo as regras parlamentares, os legisladores têm até esta quinta-feira para apresentar uma resolução contra e aprová-la. Mas os defensores da resolução dizem que uma votação pode ser organizada mesmo depois dessa data.
Uma clara maioria de republicanos apoia Israel na guerra crescente contra o Hamas, que deixou pelo menos 242 mortos em dez dias, a maioria palestinos. Mas os democratas estão mais divididos, deixando o governo do presidente Joe Biden sob pressão da ala mais à esquerda de seu partido.
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Na quarta-feira, parlamentares democratas, liderados pela deputada Alexandria Ocasio-Cortez e com o apoio de Rashida Tlaib, de origem palestina, apresentaram uma resolução semelhante à de Sanders na Câmara dos Deputados.
"Em um momento em que tantos, incluindo o presidente Biden, apoiam um cessar-fogo, não devemos enviar armas de 'ataque direto' ao primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu para prolongar a violência", disse em um comunicado.
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Apesar da maioria democrata na Câmara de Representantes, este texto também tem poucas chances de ser aprovado. Os dirigentes da bancada parlamentar ainda não marcaram data para a votação.
A vasta maioria dos judeus americanos se autodenominam democratas, e o partido tradicionalmente apoia Israel, exceto por algumas vozes críticas. A conflagração entre Israel e os palestinos, no entanto, gerou mais críticas ao Estado judeu entre os democratas moderados.
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Biden endureceu seu tom na quarta-feira com Netanyahu, pedindo uma redução imediata dos ataques.