Ciclone Yaas provocou a alta da maré, fortes chuvas e rajadas de vento de até 155 km/hAFP
Por AFP
Publicado 27/05/2021 08:44 | Atualizado 27/05/2021 08:46
Digha - O ciclone Yaas deixou milhares de pessoas desabrigadas e pelo menos quatro mortos nesta quinta-feira (27) no leste da Índia, país que enfrenta um momento crítico da epidemia de covid-19, assim como outras cinco vítimas fatais - quatro crianças - em Bangladesh.
Yaas, um ciclone de categoria 2 que provocou a alta da maré, fortes chuvas e rajadas de vento de até 155 km/h, tocou o solo na madrugada de quarta-feira, segundo o Departamento de Meteorologia da Índia.
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Depois, avançou rumo ao estado de Jharhkand e foi rebaixado para a categoria de forte depressão, com chuvas intensas.
Há menos de duas semanas, o ciclone Tauktae arrasou a costa oeste do país e provocou pelo menos 155 mortes.
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O Yass obrigou mais de 1,5 milhão de pessoas a abandonarem suas casas na quarta-feira nos estados de Bengala Ocidental e Odisha.
"Perdi minha casa, perdi tudo", afirmou à AFP Prabir Maity, que mora em um vilarejo na costa.
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Ao menos duas pessoas morreram em Bengala Ocidental, duas em Odisha e cinco, incluindo quatro crianças, no vizinho Bangladesh, onde o mar destruiu barragens e inundou milhares de casas.
A primeira-ministra de Bengala Ocidental, Mamata Banerjee, disse que mais de 300.000 casas foram destruídas pelo ciclone.
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"O nível do mar e dos rios subiu e atingiu mais de três ou quatro metros acima do nível normal, rompendo diques em 135 lugares", disse.
"Milhares de pessoas continuam bloqueadas. Criamos 14.000 centros para ajudar as pessoas desabrigadas", completou.
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Algumas áreas de Calcutá, a capital de Bengala Ocidental, também ficaram submersas pela cheia do rio Hooghly.
Os trabalhos de resgate foram dificultados pelo fato de que os moradores de vilarejos se recusavam a sair de suas casas por medo de contraírem o coronavírus, disse à AFP o ministro de Gestão de Catástrofes de Bengala Ocidental, Javed Ahmed Khan.
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O Yaas frustrou os esforços para combater a covid-19 na Índia, que provoca estragos nas comunidades urbanas e rurais.A epidemia provocou oficialmente 310.000 mortes no país.
"Tem água por todos os lados. A situação é muito sombria", disse à AFP por telefone Arjun Manna, residente de Kakdwip, no delta de Sundarbans, uma reserva natural.
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"A destruição é grande. Muitos hotéis e mercados continuam inundados. O mar está rugindo", declarou Diprodas Chatterjee, da Associação de Hotéis da cidade de Digha.
De acordo com Milan Mondal, um funcionário do departamento florestal, as ondas altas também submergiram uma reserva de crocodilos, da qual alguns escaparam, e uma reserva de tigres que estava sendo preparada em Sundarbans.
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Em Odisha, centenas de árvores caíram e atingiram postes de energia elétrica.
Algumas casas de palha também foram danificadas pela tempestade, mas as redes de telecomunicações não foram afetadas.
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Os especialistas afirmam que a frequência e a intensidade das tempestades no mar ao redor da Índia estão aumentando, devido à mudança climática e às temperaturas da água.
Algumas tempestades mais letais da história foram registradas no Golfo de Bengala, incluindo uma em 1970 que matou meio milhão de pessoas na região que hoje é Bangladesh.
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