No país já morreram 112 mil pessoas por conta da covid desde o início da pandemia Reprodução
Publicado 07/08/2021 17:11
Pelo quarto fim de semana consecutivo, opositores das medidas de controle da covid-19 na França, como o passe sanitário e a vacinação obrigatória para profissionais de saúde, se manifestaram em dezenas de cidades do país.

Cerca de 237 mil manifestantes participaram das marchas convocadas em mais de 150 cidades, incluindo 17 mil em Paris, de acordo com a contagem do Ministério do Interior, um número que ultrapassa os 204 mil do sábado anterior e é significativamente alto para meados do verão.

As passeatas acontecem dois dias após a entrada em vigor de grande parte das restrições e coincidem com uma nova mensagem do presidente Emmanuel Macron, incentivando a vacinação.

A partir de segunda-feira, será necessário apresentar certificado de vacinação, teste PCR negativo ou atestado de recuperação da doença para ter acesso a cafés e restaurantes, salas de espetáculo e feiras profissionais, ou para fazer uma viagem longa de avião, trem ou ônibus.

O presidente propôs essas medidas visando acelerar a campanha de vacinação, que neste sábado alcançava 44 milhões de pessoas (quase 66% da população) com pelo menos uma dose.

Mas, embora a epidemia esteja voltando a se espalhar, muitos franceses veem essas medidas como um ataque às liberdades civis.
“Macron, não quero teu passe” ou “Macron, não queremos nem te ver” foram alguns dos gritos ouvidos em Paris, onde o protesto contou com a presença de "coletes amarelos".

“O problema do passe sanitário é que nos está sendo imposto”, lamentou Alexandre Fourez, um profissional de marketing de 34 anos.

Na região de Provença-Alpes-Costa Azul, na costa mediterrânea, pelo menos 37 mil pessoas se manifestaram em cidades como Toulon, Nice e Marselha.

Nesta última, a educadora aposentada Geneviève Zamponi descreveu o passe como "humilhante e discriminatório", apesar de ser favorável à vacinação.

Milhares de pessoas também foram às ruas em Toulouse (sul, 5.000), Nantes (oeste, 5.300), Bordeaux (sudoeste, 3.300) e Lyon (leste, 2.500).

A maioria das manifestações foi pacífica, mas em Lyon sete participantes foram detidos por atirar projéteis, enquanto em Dijon alguns manifestantes bloquearam a linha do bonde.

O Ministério do Interior indicou que, no contexto dos protestos, havia 35 pessoas presas no país e sete agentes de segurança sofreram ferimentos leves.



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