Publicado 16/08/2021 15:18
Após o Talibã reassumir o controle do Afeganistão, um tumulto no aeroporto de Cabul deixou ao menos dez mortos nesta segunda-feira, 16, quando uma multidão tentava embarcar em aviões para deixar o país. O grupo invadiu a pista de decolagem e pessoas se penduraram em aeronaves em movimento, mostram vídeos em redes sociais.
De acordo com um fonte militar ouvida pela Associated Press, os EUA e o Talibã entraram em acordo para garantir a operação de retirada americana do aeroporto de Cabul sem interferência do grupo insurgente. O acordo foi firmado em um encontro cara a cara entre o general Frank McKenzie e líderes do Talibã em Doha, no Catar, no domingo. As duas partes concordaram com um "mecanismo de deconflicção", no qual a operação de retirada pode continuar sem interferência do novo governo.
Ainda segundo o militar, ouvido sob condição de anonimato pela agência americana, McKenzie teria dito aos rebeldes que não interferissem na operação e que as Forças Armadas dos EUA usariam de força para defender o aeroporto, se fosse preciso.
De acordo com um repórter do canal de notícias afegão TOLOnews, três pessoas morreram após se esconderem em uma das rodas e na asa de um avião e caírem em telhados de casas. Vídeo publicado nas redes sociais pelo jornal The New York Times mostra a correria da multidão para chegar à pista do aeroporto e o momento em que um avião que se prepara para decolar fica cercado de pessoas tentando fugir do país.
O jornal americano The Wall Street Journal afirma que três foram mortas a tiros. A agência de notícias Reuters cita relatos de testemunhas de que cinco pessoas foram mortas, sem dizer se as vítimas foram atingidas por disparos de armas de fogo ou pisoteadas durante a confusão.
As pessoas estão tentando deixar o país após o Talibã tomar a capital Cabul e voltar ao poder depois de 20 anos. O presidente fugiu do Afeganistão e o palácio presidencial foi tomado no domingo, 15.
Os voos comerciais foram cancelados, e apenas viagens militares ocorrem no local. "Por favor, não venha para o aeroporto", disse uma autoridade do aeroporto. Vídeos publicados nas redes sociais mostram várias pessoas tentando entrar em aeronaves que estavam prestes a deixar o Afeganistão.
Durante o tumulto, tropas dos EUA, que estavam no aeroporto para ajudar os cidadãos americanos a embarcarem, atiraram para o alto "A multidão estava fora de controle", afirmou um oficial à Reuters. "O disparo foi feito apenas para neutralizar o caos."
Entre domingo e segunda, voos comerciais foram suspensos e grandes companhias aéreas, entre elas a Emirates e a United Airlines, anunciaram que, por enquanto, vão evitar o espaço aéreo afegão.
Vídeo mostra pessoas caindo de avião dos EUA que deixava Cabul
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra duas pessoas caindo de um avião militar norte-americano C-17 que acabava de decolar do aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão, nesta segunda-feira, 16.
Milhares de pessoas, tanto afegãos quanto estrangeiros que buscavam deixar o país, tomaram a pista do aeroporto desde domingo. Eles tentavam escapar do grupo que voltou ao poder em uma ofensiva relâmpago de dez dias, após quase duas décadas de intervenção norte-americana.
Países fazem apelo
Os Estados Unidos e mais 60 países emitiram um comunicado conjunto neste domingo, 15, pedindo que cidadãos afegãos e estrangeiros tenham permissão para deixar o país se assim desejarem. Ao longo do domingo e da manhã desta segunda-feira, um tumulto no aeroporto de Cabul deixou mortos e feridos.
O Brasil não está entre as nações signatárias do documento. A lista inclui, entre outros países, França, Alemanha, Reino Unido, Portugal, Canadá, Japão, Coreia do Sul e Catar. Entre os governos sul-americanos, Chile, Colômbia, Paraguai e Guiana assinam o texto.
O comunicado pede que estradas, aeroportos e postos de fronteiras permaneçam abertos. "O povo afegão merece viver com segurança, proteção e dignidade. Nós, da comunidade internacional, estamos prontos para ajudá-los", conclui.
'Situação pacífica' e diálogo com a Rússia
Autoridades do Talibã disseram nesta segunda que não receberam relatos de confrontos em todo o país desde que tomaram Cabul. "A situação é pacífica, de acordo com nossas informações", disse um dos principais membros do grupo extremista.
O encarregado russo para o Afeganistão, Zamir Kabulov, afirmou nesta segunda que o embaixador de seu país em Cabul se reunirá na terça-feira, 17, com os talibãs e que a Rússia decidirá se reconhece ou não o governo do Talibã de acordo com suas "ações"
"Nosso embaixador está em contato com líderes talibãs e amanhã se reunirá com o coordenador do Talibã", disse Kabulov à rádio Ekho Moskvy. "O reconhecimento ou não dependerá das ações do novo regime." (Com agências internacionais)
O jornal americano The Wall Street Journal afirma que três foram mortas a tiros. A agência de notícias Reuters cita relatos de testemunhas de que cinco pessoas foram mortas, sem dizer se as vítimas foram atingidas por disparos de armas de fogo ou pisoteadas durante a confusão.
As pessoas estão tentando deixar o país após o Talibã tomar a capital Cabul e voltar ao poder depois de 20 anos. O presidente fugiu do Afeganistão e o palácio presidencial foi tomado no domingo, 15.
Os voos comerciais foram cancelados, e apenas viagens militares ocorrem no local. "Por favor, não venha para o aeroporto", disse uma autoridade do aeroporto. Vídeos publicados nas redes sociais mostram várias pessoas tentando entrar em aeronaves que estavam prestes a deixar o Afeganistão.
Durante o tumulto, tropas dos EUA, que estavam no aeroporto para ajudar os cidadãos americanos a embarcarem, atiraram para o alto "A multidão estava fora de controle", afirmou um oficial à Reuters. "O disparo foi feito apenas para neutralizar o caos."
Entre domingo e segunda, voos comerciais foram suspensos e grandes companhias aéreas, entre elas a Emirates e a United Airlines, anunciaram que, por enquanto, vão evitar o espaço aéreo afegão.
Vídeo mostra pessoas caindo de avião dos EUA que deixava Cabul
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra duas pessoas caindo de um avião militar norte-americano C-17 que acabava de decolar do aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão, nesta segunda-feira, 16.
Milhares de pessoas, tanto afegãos quanto estrangeiros que buscavam deixar o país, tomaram a pista do aeroporto desde domingo. Eles tentavam escapar do grupo que voltou ao poder em uma ofensiva relâmpago de dez dias, após quase duas décadas de intervenção norte-americana.
Países fazem apelo
Os Estados Unidos e mais 60 países emitiram um comunicado conjunto neste domingo, 15, pedindo que cidadãos afegãos e estrangeiros tenham permissão para deixar o país se assim desejarem. Ao longo do domingo e da manhã desta segunda-feira, um tumulto no aeroporto de Cabul deixou mortos e feridos.
O Brasil não está entre as nações signatárias do documento. A lista inclui, entre outros países, França, Alemanha, Reino Unido, Portugal, Canadá, Japão, Coreia do Sul e Catar. Entre os governos sul-americanos, Chile, Colômbia, Paraguai e Guiana assinam o texto.
O comunicado pede que estradas, aeroportos e postos de fronteiras permaneçam abertos. "O povo afegão merece viver com segurança, proteção e dignidade. Nós, da comunidade internacional, estamos prontos para ajudá-los", conclui.
'Situação pacífica' e diálogo com a Rússia
Autoridades do Talibã disseram nesta segunda que não receberam relatos de confrontos em todo o país desde que tomaram Cabul. "A situação é pacífica, de acordo com nossas informações", disse um dos principais membros do grupo extremista.
O encarregado russo para o Afeganistão, Zamir Kabulov, afirmou nesta segunda que o embaixador de seu país em Cabul se reunirá na terça-feira, 17, com os talibãs e que a Rússia decidirá se reconhece ou não o governo do Talibã de acordo com suas "ações"
"Nosso embaixador está em contato com líderes talibãs e amanhã se reunirá com o coordenador do Talibã", disse Kabulov à rádio Ekho Moskvy. "O reconhecimento ou não dependerá das ações do novo regime." (Com agências internacionais)
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