Publicado 31/08/2021 11:03
Depois de criticar a caótica saída de Washington do Afeganistão, a China afirmou, nesta terça-feira, 31, que a retirada das tropas americanas após um conflito que durou 20 anos, significa para o país abrir "uma nova página".
O gigante asiático criticou o que classificou como uma retirada precipitada e mal planejada, ressaltando que está disposto a aprofundar as relações "amigáveis e cooperativas" com os talibãs, após sua tomada do poder.
Os Estados Unidos encerraram na segunda-feira, 30, sua retirada militar do Afeganistão, pondo fim à guerra mais longa de sua história. "O Afeganistão conseguiu se libertar da ocupação militar estrangeira", destacou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em sua habitual entrevista coletiva.
"O povo afegão marcou um novo começo para a paz e a reconstrução nacional, e o Afeganistão virou uma nova página", acrescentou.
A embaixada chinesa em Cabul permanece aberta, embora Pequim tenha começado, meses atrás, a retirar seus cidadãos deste país, devido à deterioração da segurança.
Pequim ainda não reconheceu o governo "de fato" do Talibã, porque desconfia do grupo ativista que apoia os separatistas uigures, uma minoria muçulmana, que busca se infiltrar através de sua fronteira sensível na província de Xinjiang (noroeste da China).
"Esperamos que o Afeganistão tenha sucesso na formação de um governo aberto, inclusivo e muito representativo (...) e reprima, decididamente, qualquer tipo de força terrorista", enfatizou Wang.
No mês passado, uma delegação de alto escalão dos talibãs se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em Tianjin, prometendo que o território afegão não seria usado como base "terrorista".
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