Mais de 100 mil crianças imigrantes estão detidas nos EUAPixabay
Publicado 20/09/2021 14:22
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, leu nesta segunda-feira, 20, uma carta que enviou ao americano Joe Biden na qual insiste em pedir-lhe que invista na América Central para impedir o fluxo de migrantes sem documentos.
A reiteração do pedido do presidente mexicano vem depois que o governo dos Estados Unidos anunciou no sábado que vai aumentar o número e a capacidade dos "voos de repatriação" para milhares de migrantes sem documentos que estão na cidade fronteiriça de Del Río, no Texas.
Os quase 14.800 migrantes que acampam naquela cidade, na fronteira com a mexicana Ciudad Acuña, são em sua maioria oriundos do Haiti, cuja presença crescente se soma à dos centro-americanos, agravando a crise.
"Como já mencionamos em outras ocasiões, o fenômeno migratório requer um tratamento totalmente novo", diz a carta.
Também levanta "a necessidade de agir imediatamente na Guatemala, Honduras e El Salvador", investindo em programas de apoio econômico para camponeses e jovens aprendizes em ofícios que já estão sendo aplicados no sudeste do México "com sucesso".
Outros 40.000 centro-americanos e haitianos atingidos pela pobreza, violência e desastres naturais permanecem atualmente em Tapachula, Chiapas, no sudeste do México, aguardando autorizações para não serem deportados.
Se os Estados Unidos investirem na América Central, "estaríamos atendendo 330 mil pessoas em menos de seis meses, que veriam essa ação conjunta como uma esperança", disse López Obrador. O presidente ressaltou que a migração de pessoas sem documentos não deve ser contida apenas com medidas "coercivas".
Entre janeiro e agosto, foram identificados 147.033 migrantes sem documentos, três vezes mais do que no mesmo período de 2020, segundo dados oficiais do México.
Até o momento, este ano, a Comissão Mexicana de Ajuda a Refugiados (Comar) administrou 77.559 autorizações, ultrapassando as 70.400 de todo o ano de 2019. O governo mexicano mantém cerca de 27.000 soldados posicionados nas fronteiras sul e norte para conter o fluxo de migrantes que tentam chegar aos Estados Unidos.
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