Publicado 22/09/2021 10:26 | Atualizado 22/09/2021 10:29
Nova York - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump entrou, na terça-feira, 21, com uma ação contra sua sobrinha Mary Trump e o jornal The New York Times, pelo que chama de "complô insidioso" para obter suas declarações de renda no âmbito de uma investigação sobre suas finanças, que recebeu o prêmio Pulitzer.
A demanda, que calcula em 100 milhões de dólares os danos causados, foi apresentada no condado de Dutchess, no estado de Nova York.
A denúncia afirma que os repórteres do NYT Susanne Craig, David Barstow e Russ Buettner se envolveram "em um complô insidioso para obter documentos confidenciais e altamente sensíveis que teriam sido explorados para seu próprio benefício e usados como meio para legitimar, falsamente, as matérias publicadas", afirma o processo, que alega que os jornalistas foram "motivados por uma vingança pessoal".
Premiada em 2019 com o Pulitzer, a reportagem investigativa do New York Times conta como o empresário do setor imobiliário fez sua fortuna.
O texto afirma que Donald Trump, que sempre afirmou ser um empreendedor que atuou por conta própria, recebeu de seu pai, durante vários anos, o equivalente a 413 milhões de dólares em valores corrigidos. Este montante teria sido transferido por meio de uma empresa de fachada para evitar o pagamento de impostos.
A reportagem motivou a abertura de uma investigação por parte das autoridades fiscais do estado de Nova York.
Além disso, o Departamento de Justiça também pediu ao Tesouro as declarações de impostos do ex-presidente republicano dos seis anos anteriores a sua chegada ao poder (2017). Estas informações também foram demandadas por uma comissão da Câmara de Representantes.
Em um livro publicado em 2020, Mary Trump revelou que foi a principal fonte da investigação do jornal. Seu pai, o irmão mais velho de Donald Trump, Fred Trump Jr, faleceu em 1981, aos 42 anos, vítima de um ataque cardíaco.
O processo de Donald Trump afirma que os jornalistas do NYT "perseguiram sem trégua sua sobrinha Mary L. Trump e a convenceram a retirar os documentos do escritório de seu advogado e entregá-los ao Times".
A denúncia considera que Mary Trump violou um acordo de confidencialidade assinado em 2001, após a resolução sobre a sucessão do pai de Donald Trump, Fred Trump Sr.
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