Publicado 01/10/2021 10:24 | Atualizado 01/10/2021 10:25
A polícia resolveu um dos casos abertos mais antigos na França: o do estupro e assassinato de uma menina em Paris, ao identificar seu autor 35 anos depois: um ex-gendarme que se suicidou nesta semana.
Na quinta-feira à noite, 30, o Ministério Público de Paris confirmou que François V., de 59 anos, era o estuprador e assassino em série procurado desde os anos 1980 e cujo corpo foi encontrado em Grau-du-Roi, perto de Montpellier (sul).
O homem apelidado de "Picado", depois que o retrato-robô da época mostrou um jovem com marcas de acne, era suspeito de "cinco crimes cometidos entre 1986 e 1994", segundo a mesma fonte.
Era acusado do assassinato e estupro de Cécile, de 11 anos, no estacionamento subterrâneo do prédio em que a menina vivia no nordeste de Paris em maio de 1986, um dos casos abertos mais antigos.
François V. também é acusado do estrangulamento de um casal no bairro parisiense do Marais em 1987, assim como do assassinato de Karine Leroy, de 19 anos, em 1994, segundo o jornal Le Parisien.
O homem se suicidou quando os investigadores apertaram o cerco sobre ele. O juiz de instrução convocou nos últimos meses 750 gendarmes que trabalhavam na região de Paris no momento dos fatos.
Segundo o Ministério Público, François V. estava na lista e havia sido convocado para uma audiência, mas sua esposa declarou seu desaparecimento em 27 de setembro e seu corpo foi encontrado dois dias depois em Grau-du Roi.
Os exames realizados revelaram que seu DNA coincide com o encontrado em várias cenas do crime, acrescenta a procuradora de Paris, Laure Beccuau.
O homem, que abandonou a gendarmaria em 1988 para se tornar policial, teria deixado uma carta confessando os crimes, confirmaram fontes próximas ao caso.
Segundo vários jornais, este pai de família reconheceu que se sentia perseguido pela polícia e menciona seus "impulsos passados", mas afirma não ter "feito nada desde 1997". Não cita nem as vítimas nem as circunstâncias.
O advogado da família da menina assassinada, Didier Seban, expressou o "reconhecimento" da família aos investigadores e a "pena de saber que o criminoso partiu com seus segredos".
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