Publicado 05/10/2021 09:14
A Comissão Independente sobre Abusos Sexuais na Igreja (Ciase) calcula que mais de 216 mil menores de idade foram vítimas de padres e religiosos desde 1950 na França, uma das principais conclusões do relatório.
Ao menos 216 mil vítimas
Ao menos 216 mil vítimas
Ao menos 216 mil menores de idade foram agredidos diretamente por padres, diáconos e religiosos na França entre 1950 e 2020, segundo um estudo do Instituto Nacional de Saúde e de Pesquisa Médica (Inserm) solicitado pela Ciase.
A comissão presidida por Jean-Marc Sauvé explica, no entanto, que, se levados em consideração os laicos vinculados a instituições da Igreja Católica, o número aumenta para 330 mil vítimas em sete décadas.
Feito com base em uma pesquisa com 28 mil pessoas, o estudo do Inserm revela que mais de 5,5 milhões de pessoas foram agredidas sexualmente na França quando eram menores: 14,5% das mulheres, e 6,4%, dos homens.
"A Igreja Católica é, sem contar a família e os amigos, o ambiente onde a prevalência da violência sexual é maior", afirma o relatório da Ciase.
Os abusos na Igreja, laicos incluídos, representariam 6% do total.
Após o apelo para ouvir testemunhas, a Comissão Sauvé recebeu 6.471 relatos - 3.652 por telefone, 2.459 e-mails e 360 cartas. De todos, conseguiu entrevistar 250 vítimas de abusos sexuais durante sua infância.
3 mil agressores
A comissão presidida por Jean-Marc Sauvé explica, no entanto, que, se levados em consideração os laicos vinculados a instituições da Igreja Católica, o número aumenta para 330 mil vítimas em sete décadas.
Feito com base em uma pesquisa com 28 mil pessoas, o estudo do Inserm revela que mais de 5,5 milhões de pessoas foram agredidas sexualmente na França quando eram menores: 14,5% das mulheres, e 6,4%, dos homens.
"A Igreja Católica é, sem contar a família e os amigos, o ambiente onde a prevalência da violência sexual é maior", afirma o relatório da Ciase.
Os abusos na Igreja, laicos incluídos, representariam 6% do total.
Após o apelo para ouvir testemunhas, a Comissão Sauvé recebeu 6.471 relatos - 3.652 por telefone, 2.459 e-mails e 360 cartas. De todos, conseguiu entrevistar 250 vítimas de abusos sexuais durante sua infância.
3 mil agressores
O número de agressores homens, entre padres e religiosos, ficaria entre 2.900 a 3.200, o que representa 2,5% e 2,8% dos 115 mil que integraram a Igreja nos últimos 70 anos na França, detalha o informe.
"É uma estimativa mínima", baseada no censo e nas análises de arquivos da Igreja, da Justiça, da Polícia Judiciária e da imprensa, assim como nos depoimentos, afirmou Jean-Marc Sauvé.
45 recomendações
"É uma estimativa mínima", baseada no censo e nas análises de arquivos da Igreja, da Justiça, da Polícia Judiciária e da imprensa, assim como nos depoimentos, afirmou Jean-Marc Sauvé.
45 recomendações
As 45 recomendações estabelecidas pela Comissão Sauvé envolvem diversos âmbitos: do momento de ouvir as vítimas à reforma do direito canônico, passando pelo reconhecimento, por parte da Igreja, de sua responsabilidade "sistêmica" nos fatos.
Os especialistas também desejam que a Igreja reconheça sua "responsabilidade civil e social", além da "penal e civil" dos agressores, no período analisado e crie dispositivos de reconhecimento às vítimas, como cerimônias públicas, missas, ou memoriais.
Além de afastar os envolvidos em abusos sexuais do trabalho com menores e de estudar como evitar novos casos, a Ciase pede que as autoridades da Igreja deixem claro que o sigilo da confissão não cobre estes crimes, os quais devem ser denunciados à Justiça.
Outra proposta é um prestar um melhor atendimento às vítimas, que incluiria a criação de uma linha telefônica para denúncia, assim como a análise da possibilidade, já apontada no Sínodo da Amazônia, de ordenar homens casados.
A respeito do sacerdócio, o relatório propõe uma avaliação psicológica antes da entrada no seminário e da formação dos padres. Outra recomendação é reforçar a presença de laicos e de mulheres na tomada de decisões da Igreja.
Quase 1 mil dias de trabalho
Os especialistas também desejam que a Igreja reconheça sua "responsabilidade civil e social", além da "penal e civil" dos agressores, no período analisado e crie dispositivos de reconhecimento às vítimas, como cerimônias públicas, missas, ou memoriais.
Além de afastar os envolvidos em abusos sexuais do trabalho com menores e de estudar como evitar novos casos, a Ciase pede que as autoridades da Igreja deixem claro que o sigilo da confissão não cobre estes crimes, os quais devem ser denunciados à Justiça.
Outra proposta é um prestar um melhor atendimento às vítimas, que incluiria a criação de uma linha telefônica para denúncia, assim como a análise da possibilidade, já apontada no Sínodo da Amazônia, de ordenar homens casados.
A respeito do sacerdócio, o relatório propõe uma avaliação psicológica antes da entrada no seminário e da formação dos padres. Outra recomendação é reforçar a presença de laicos e de mulheres na tomada de decisões da Igreja.
Quase 1 mil dias de trabalho
Iniciada em 8 de fevereiro de 2019, a investigação da Comissão Sauvé trabalhou durante 970 dias até a apresentação do relatório solicitado pela Conferência Episcopal (CEF) e pela Conferência de Religiosos e Religiosas da França (Corref).
Além de Sauvé, ex-vice-presidente do Conselho de Estado, os outros 21 membros da comissão independente incluem sociólogos, historiadores, advogados, teólogos e psicólogos, entre outros. No total, foram 12 homens e 10 mulheres, não remunerados.
O informe de mais de 2 mil páginas se articula em três eixos: "jogar luz" sobre o número de casos; "revelar o lado obscuro" para estabelecer um diagnóstico dos fatos; e "dissipar a escuridão", para tratar as atuais vítimas e prevenir novas agressões.
Quase 3 milhões de euros
Além de Sauvé, ex-vice-presidente do Conselho de Estado, os outros 21 membros da comissão independente incluem sociólogos, historiadores, advogados, teólogos e psicólogos, entre outros. No total, foram 12 homens e 10 mulheres, não remunerados.
O informe de mais de 2 mil páginas se articula em três eixos: "jogar luz" sobre o número de casos; "revelar o lado obscuro" para estabelecer um diagnóstico dos fatos; e "dissipar a escuridão", para tratar as atuais vítimas e prevenir novas agressões.
Quase 3 milhões de euros
A Ciase calcula em 3,8 milhões de euros (US$ 4,4 milhões) o custo total da elaboração do relatório, fora a quantidade de trabalho voluntário de seus integrantes.
O custo efetivo para as instituições que solicitaram o relatório, CEF e Corref, foi de 2,6 milhões de euros (quase US$ 3 milhões), um valor dirigido, em sua maior parte, para a elaboração dos informes solicitados aos centros de investigação e convocação de vítimas.
O informe explica que tanto a Conferência Episcopal como a de religiosos forneceram os recursos financeiros necessários, mas sem direito a supervisionar a pertinência dos gastos, para além de sua regularidade e exatidão.
O custo efetivo para as instituições que solicitaram o relatório, CEF e Corref, foi de 2,6 milhões de euros (quase US$ 3 milhões), um valor dirigido, em sua maior parte, para a elaboração dos informes solicitados aos centros de investigação e convocação de vítimas.
O informe explica que tanto a Conferência Episcopal como a de religiosos forneceram os recursos financeiros necessários, mas sem direito a supervisionar a pertinência dos gastos, para além de sua regularidade e exatidão.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.