Publicado 24/10/2021 14:09 | Atualizado 24/10/2021 14:12
Colômbia - O presidente colombiano, Iván Duque, comparou a prisão de Dairo Antonio Úsuga, mais conhecido como Otoniel, à queda de Pablo Escobar, o grande barão da cocaína, morto pela polícia em 1993. O narcotraficante foi preso neste sábado, na Colômbia. fotogaleria
"Este é o golpe mais duro que se desferiu no narcotráfico neste século no nosso país. Só é comparável à queda de Pablo Escobar nos anos 1990", disse Duque.
Otoniel foi um camponês que passou de guerrilheiro da esquerda a paramilitar de extrema direita antes de se consolidar como o chefe do narcotráfico mais procurado pela Colômbia e pelos Estados Unidos.
Imagens divulgadas pelo governo mostraram o narcotraficante de 50 anos, algemado e cercado por militares com armamento pesado. "Estávamos atrás dele há sete anos", detalhou o general Fernando Navarro, comandante das Forças Militares.
Otoniel lidera o Clã do Golfo, a principal quadrilha criminosa da Colômbia. Não era procurado apenas pelas autoridades locais: os Estados Unidos ofereciam até US$ 5 milhões por informações sobre seu paradeiro ou que permitissem sua captura.
A justiça americana o acusa de liderar uma organização "fortemente armada, extremamente violenta", que "usa a violência e a intimidação" para controlar as rotas do tráfico de drogas e laboratórios de processamento de cocaína.
Para capturá-lo, a polícia colombiana antecipou "um trabalho por satélite contra ele com agências dos Estados Unidos e do Reino Unido", explicou o diretor da instituição, general Jorge Vargas. Cerca de 500 militares, apoiados por 22 helicópteros, participaram da operação.
Negócio familiar
Otoniel lidera o Clã do Golfo, a principal quadrilha criminosa da Colômbia. Não era procurado apenas pelas autoridades locais: os Estados Unidos ofereciam até US$ 5 milhões por informações sobre seu paradeiro ou que permitissem sua captura.
A justiça americana o acusa de liderar uma organização "fortemente armada, extremamente violenta", que "usa a violência e a intimidação" para controlar as rotas do tráfico de drogas e laboratórios de processamento de cocaína.
Para capturá-lo, a polícia colombiana antecipou "um trabalho por satélite contra ele com agências dos Estados Unidos e do Reino Unido", explicou o diretor da instituição, general Jorge Vargas. Cerca de 500 militares, apoiados por 22 helicópteros, participaram da operação.
Negócio familiar
Nascido em 15 de setembro de 1971 no município de Necoclí, em uma estratégica região do noroeste da Colômbia, muito próxima da fronteira com o Panamá, mas também do Pacífico e do Caribe, passou a liderar o Clã do Golfo após a morte do seu irmão, Juan de Dios, "Giovanni", em confronto com a polícia em 2012.
Montou um aparato criminoso com presença em quase 300 dos 1.102 municípios do país, principalmente no Pacífico, um local estratégico para o envio de cargas de drogas, segundo o centro de estudos independente Indepaz.
"Tem um portfólio amplo de atividades criminosas, que incluem garimpo ilegal e a passagem de imigrantes para o Panamá", explicou à AFP o especialista em segurança Ariel Ávila.
Segundo o centro de investigação do crime organizado InSight Crime, o Clã do Golfo também atua na contratação de gangues de rua locais para realizar em seu nome atividades de microtráfico, extorsão e pistolagem.
Otoniel, sétimo dos nove filhos de Ana Celsa David e Juan de Dios Úsuga, um casal que diz ganhar a vida com a venda de porcos, galinhas e gado no departamento de Antioquia (noroeste), usava táticas de guerrilha para burlar a força pública.
O líder criminoso viajava sozinho, a pé ou em mula, e nunca dormia duas noites seguidas no mesmo lugar, relataram as autoridades colombianas.
Nos últimos dias da perseguição, adentrou na mata virgem da região de Urabá, de onde é originário, e se desfez de seus telefones, substituindo-os por correios humanos.
"Não muito ideologizado"
Montou um aparato criminoso com presença em quase 300 dos 1.102 municípios do país, principalmente no Pacífico, um local estratégico para o envio de cargas de drogas, segundo o centro de estudos independente Indepaz.
"Tem um portfólio amplo de atividades criminosas, que incluem garimpo ilegal e a passagem de imigrantes para o Panamá", explicou à AFP o especialista em segurança Ariel Ávila.
Segundo o centro de investigação do crime organizado InSight Crime, o Clã do Golfo também atua na contratação de gangues de rua locais para realizar em seu nome atividades de microtráfico, extorsão e pistolagem.
Otoniel, sétimo dos nove filhos de Ana Celsa David e Juan de Dios Úsuga, um casal que diz ganhar a vida com a venda de porcos, galinhas e gado no departamento de Antioquia (noroeste), usava táticas de guerrilha para burlar a força pública.
O líder criminoso viajava sozinho, a pé ou em mula, e nunca dormia duas noites seguidas no mesmo lugar, relataram as autoridades colombianas.
Nos últimos dias da perseguição, adentrou na mata virgem da região de Urabá, de onde é originário, e se desfez de seus telefones, substituindo-os por correios humanos.
"Não muito ideologizado"
Aos 18 anos, uniu-se ao Exército de Libertação Popular (EPL), uma guerrilha marxista desmobilizada em 1991. "Não era revolucionário, era o que tinha e foi embora com eles", contou sua mãe em uma entrevista ao jornal colombiano El Tiempo em 2015.
Úsuga não fez parte do processo de paz que pôs fim a 26 anos de luta armada deste grupo rebelde e entre 1993 e 1994 uniu-se às Autodefesas Camponesas de Córdoba e Urabá (ACCU), uma organização paramilitar de extrema direita, criada para combater as guerrilhas e com ligações com o narcotráfico. "Era um camponês não muito ideologizado", afirmou Ávila.
A ACCU fez parte das Autodefesas Unidas da Colômbia, que se desmobilizaram em 2006 por iniciativa do governo de Álvaro Uribe (2002-2010).
Mas, segundo o analista, Otoniel se sentiu "desapontado" com o processo de submissão à justiça e decidiu se manter na ilegalidade.
Úsuga não fez parte do processo de paz que pôs fim a 26 anos de luta armada deste grupo rebelde e entre 1993 e 1994 uniu-se às Autodefesas Camponesas de Córdoba e Urabá (ACCU), uma organização paramilitar de extrema direita, criada para combater as guerrilhas e com ligações com o narcotráfico. "Era um camponês não muito ideologizado", afirmou Ávila.
A ACCU fez parte das Autodefesas Unidas da Colômbia, que se desmobilizaram em 2006 por iniciativa do governo de Álvaro Uribe (2002-2010).
Mas, segundo o analista, Otoniel se sentiu "desapontado" com o processo de submissão à justiça e decidiu se manter na ilegalidade.
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