Publicado 30/10/2021 13:29
Roma - Os líderes dos Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha expressaram, neste sábado, 30, sua "viva e crescente preocupação" a respeito da violação do acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano por Teerã, a quem pediram uma "mudança de rumo".
"Expressamos (...) nossa viva e crescente preocupação com o ritmo acelerado das medidas provocativas adotadas pelo Irã no âmbito nuclear", diz o comunicado conjunto dos dirigentes, que alerta que Washington não retornará ao pacto se Teerã persistir em sua atitude.
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, e os chefes de Governo da Alemanha, Angela Merkel, e do Reino Unido, Boris Johnson, se reuniram à margem da cúpula dos líderes das 20 nações mais desenvolvidas, G20, em Roma.
Esses países, juntamente com a China e a Rússia, alcançaram um acordo histórico em 2015 para limitar o escopo do programa nuclear do Irã, a fim de impedir o desenvolvimento da bomba atômica, em troca do levantamento das sanções internacionais contra a República Islâmica. Em 2018, porém, o então presidente americano, Donald Trump, abandonou o pacto.
Diante da reimposição das sanções pela administração americana, o Irã, então presidido pelo moderado Hassan Rohani, decidiu retomar a produção de urânio altamente enriquecido, gerando preocupação entre os europeus que desejavam salvaguardar o pacto.
O Irã, que agora é governado pelo presidente ultraconservador Ebrahim Raissi, expressou esta semana sua disposição de retomar as negociações em novembro para salvar o acordo, ao qual o atual ocupante da Casa Branca, o democrata Biden, também pensa em retornar.
"Estamos convencidos de que ainda é possível alcançar e implementar rapidamente um acordo sobre o retorno ao cumprimento" do pacto, indicaram os quatro líderes ocidentais em seu comunicado, no qual especificam que "isso só será possível se o Irã mudar de rumo".
"Pedimos ao presidente Raissi que aproveite esta oportunidade e retome um esforço de boa fé para levar nossas negociações a uma conclusão bem-sucedida com urgência. Esta é a única maneira segura de evitar uma escalada perigosa, que não beneficiria nenhum país", avisaram.
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