Publicado 31/10/2021 18:37 | Atualizado 31/10/2021 18:38
"Tivemos um G20 razoável, mas ainda há um longo caminho a percorrer", reconheceu neste domingo, 31, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, anfitrião da COP26 em Glasgow, onde os 20 países mais industrializados chegaram com ambições climáticas descritas como insuficientes. Responsáveis por 80% das emissões de gases de efeito estufa, as nações do G20, incluindo o Brasil, alcançaram um tímido acordo no final da cúpula de dois dias em Roma, neste domingo.
"Nos colocamos em uma posição razoável para a COP em Glasgow, mas os próximos dias serão muito difíceis", disse Johnson em referência à cúpula do clima descrita como "a última e melhor oportunidade" para cumprir a meta de limitar a +1,5ºC o aquecimento global.
O evento, organizado a cada ano sob a égide da ONU, ganha mais importância nesta edição, pois em 2020 não foi realizado devido à pandemia e em 2019 foi inesperadamente transferido de Santiago do Chile para Madrid devido aos protestos que abalaram o país sul-americano.
Sua agenda é tão complexa que as sessões iniciaram neste domingo, sem esperar pelos grandes discursos que cerca de 130 dirigentes devem proferir entre segunda e terça-feira, entre eles o presidente americano Joe Biden, cujo país guarda boa parte de um possível sucesso em Glasgow.
Em Roma, o presidente defendeu os resultados "tangíveis" do G20, em temas como a pandemia, a economia e o combate às mudanças climáticas, afirmando ter demonstrado "o poder dos Estados Unidos quando se compromete".
Mas no início da COP26, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou em um relatório que os sete anos entre 2015 e 2021 provavelmente serão os mais quentes já registrados e que o clima está entrando em "território desconhecido".
Esperanças "insatisfeitas", mas "não enterradas"
"Nos colocamos em uma posição razoável para a COP em Glasgow, mas os próximos dias serão muito difíceis", disse Johnson em referência à cúpula do clima descrita como "a última e melhor oportunidade" para cumprir a meta de limitar a +1,5ºC o aquecimento global.
O evento, organizado a cada ano sob a égide da ONU, ganha mais importância nesta edição, pois em 2020 não foi realizado devido à pandemia e em 2019 foi inesperadamente transferido de Santiago do Chile para Madrid devido aos protestos que abalaram o país sul-americano.
Sua agenda é tão complexa que as sessões iniciaram neste domingo, sem esperar pelos grandes discursos que cerca de 130 dirigentes devem proferir entre segunda e terça-feira, entre eles o presidente americano Joe Biden, cujo país guarda boa parte de um possível sucesso em Glasgow.
Em Roma, o presidente defendeu os resultados "tangíveis" do G20, em temas como a pandemia, a economia e o combate às mudanças climáticas, afirmando ter demonstrado "o poder dos Estados Unidos quando se compromete".
Mas no início da COP26, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou em um relatório que os sete anos entre 2015 e 2021 provavelmente serão os mais quentes já registrados e que o clima está entrando em "território desconhecido".
Esperanças "insatisfeitas", mas "não enterradas"
Os líderes do G20 se comprometeram a limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação à era pré-industrial e a reduzir o uso do carvão, mas não definiram uma data precisa para a neutralidade de carbono. "Estamos orgulhosos desses resultados, mas devemos lembrar que é apenas o começo", disse o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, para quem estes são "mais um passo em uma longa e difícil transição".
A pressão sobre os líderes do G20 reunidos em Roma desde sábado, em sua primeira cúpula presencial desde 2019, foi forte. Do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ao papa Francisco, os apelos por medidas ambiciosas se multiplicaram até o último minuto. "Estou deixando Roma com minhas esperanças insatisfeitas, mas pelo menos elas não estão enterradas", tuitou Guterres.
As 20 nações mais desenvolvidas também reafirmaram o compromisso, até agora não cumprido, de mobilizar 100 bilhões de dólares para os custos de adaptação às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento.
“Os efeitos dessa transição podem ser negativos para os países em desenvolvimento se não levarmos em conta essa condição desigual” com os desenvolvidos, tuitou o presidente argentino Alberto Fernández, também defendendo “acordos sustentáveis de dívida externa”.
Para as ONGs, não foi suficiente. "Se o G20 era um ensaio geral para a COP26, os líderes mundiais se equivocaram", declarou a diretora-geral do Greenpeace, Jennifer Morgan. "Não passam de medidas obscuras em vez de ações concretas", comentou à AFP Friederike Röder, da Global Citizen.
Enquanto isso, em Glasgow, a organização ambiental AllRise se preparava para projetar imagens nas paredes de edifícios emblemáticos da cidade denunciando o desmatamento da Amazônia sob o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Os países também prometeram parar de financiar a construção de novas usinas termelétricas a carvão no exterior, embora sem especificar quaisquer medidas em nível nacional, e defenderam a obtenção da neutralidade de carbono "até meados do século ou por volta dessa data".
A pressão sobre os líderes do G20 reunidos em Roma desde sábado, em sua primeira cúpula presencial desde 2019, foi forte. Do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ao papa Francisco, os apelos por medidas ambiciosas se multiplicaram até o último minuto. "Estou deixando Roma com minhas esperanças insatisfeitas, mas pelo menos elas não estão enterradas", tuitou Guterres.
As 20 nações mais desenvolvidas também reafirmaram o compromisso, até agora não cumprido, de mobilizar 100 bilhões de dólares para os custos de adaptação às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento.
“Os efeitos dessa transição podem ser negativos para os países em desenvolvimento se não levarmos em conta essa condição desigual” com os desenvolvidos, tuitou o presidente argentino Alberto Fernández, também defendendo “acordos sustentáveis de dívida externa”.
Para as ONGs, não foi suficiente. "Se o G20 era um ensaio geral para a COP26, os líderes mundiais se equivocaram", declarou a diretora-geral do Greenpeace, Jennifer Morgan. "Não passam de medidas obscuras em vez de ações concretas", comentou à AFP Friederike Röder, da Global Citizen.
Enquanto isso, em Glasgow, a organização ambiental AllRise se preparava para projetar imagens nas paredes de edifícios emblemáticos da cidade denunciando o desmatamento da Amazônia sob o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Os países também prometeram parar de financiar a construção de novas usinas termelétricas a carvão no exterior, embora sem especificar quaisquer medidas em nível nacional, e defenderam a obtenção da neutralidade de carbono "até meados do século ou por volta dessa data".
Esta referência é muito menos específica do que o ano de 2050, defendido pela presidência italiana. A China, que emite mais de um quarto dos gases de efeito estufa, planeja cumprir essa meta até 2060.
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