Países da União Europeia (UE) discutiram suas condições para intensificar as relações com os talibãsAFP
Publicado 04/11/2021 18:54
A União Europeia (UE) e o governo brasileiro destacaram, nesta quinta-feira, 4, sua confiança no tratado de livre comércio com Mercosul, sem perder de vista a questão ambiental, ponto central da negativa de alguns países europeus para ratificar o pacto.
"Quero expressar que a União Europeia segue plenamente comprometida com este acordo. Este acordo mudará as regras do jogo, tanto econômica como geopoliticamente", disse o titular de relações exteriores do bloco europeu, o espanhol Josep Borrell, no Palácio do Itamaraty em Brasília.
“Quero encorajar fortemente o Brasil a dar seguimento aos compromissos assumidos neste ano, inclusive o mais recente na COP26”, acrescentou.
Em uma declaração posterior a uma reunião com ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, Borrell destacou a importância de que o governo brasileiro "mostre o máximo nível de ambição" no cumprimento dos acordos ambientais.
"Esses elementos serão cruciais para a conclusão bem-sucedida do acordo do Mercosul [com a UE] e estamos trabalhando junto com nossos parceiros do Mercosul para oferecer o esclarecimento necessário sobre um compromisso compartilhado nesta área", acrescentou o representante europeu.
Concluído em junho de 2019, após duas décadas de negociações, o tratado de livre comércio entre a UE e os quatro países do Mercosul - Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai - provocou uma onda de críticas na Europa, especialmente de parte dos ambientalistas e do setor agrícola. O pacto, negociado pela Comissão Europeia em nome das nações da UE, não será ratificado de forma definitiva até que receba o carimbo dos parlamentos de todos os Estados-membros do bloco europeu.
Alguns países, como França e Alemanha, se mostraram receosos com o acordo ao colocarem em dúvida, particularmente, o compromisso brasileiro com a proteção do meio ambiente. "Coincidimos que esse acordo, uma vez assinado, garantirá os mais altos padrões de proteção ambiental, além de trazer benefícios socioeconômicos para as duas regiões", disse França.
Desde que assumiu o poder em janeiro de 2019, o governo Bolsonaro tem sido alvo de críticas internacionais pelo aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia.
Contudo, durante a cúpula da ONU sobre o clima, que acontece em Glasgow, na Escócia, o governo brasileiro se comprometeu com metas mais ambiciosas de eliminação do desmatamento ilegal e de redução das emissões de gases do efeito estufa.
"Contamos com o seu compromisso, o mundo precisa da sua ação e nós estamos prontos para seguir apoiando ações ambiciosas e concretas", declarou Borrell, que depois se reuniu com Bolsonaro a portas fechadas.
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