Publicado 09/11/2021 12:23
Todos os novos compromissos nacionais de reduzir as emissões de carbono teriam um efeito mínimo para o aquecimento, que continuaria a caminho de +2,7°C, ou na melhor das hipóteses + 2,1°C, de acordo com a última estimativa da ONU, publicada nesta terça-feira (9) na COP26.
Em seu relatório anual de referência, publicado em outubro, antes da conferência do clima de Glasgow, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) destacou que somando todos os compromissos nacionais o planeta caminhava para um aquecimento "catastrófico" de +2,7°C, ou de +2,2°C caso sejam adicionados os objetivos de neutralidade de anunciados por vários países.
E advertiu que os países devem reduzir suas emissões sete vezes mais rápido para limitar o aquecimento a +1,5ºC.
Durante a primeira semana da COP26, ou pouco antes, 33 países anunciaram novos compromissos, entre eles Brasil, Argentina e Índia - quarto maior emissor mundial - que aspira a neutralidade de carbono para 2070.
Mas todas as promessas pouco alteram o resultado final que, segundo os números publicados nesta terça-feira pelo PNUMA, continuaria sendo "muito similar".
De acordo com os cálculos atualizados, a Terra permaneceria rumo a +2,7°C no fim do século, muito longe da meta do Acordo de Paris de 2015, que pretende limitar o aumento da temperatura média global abaixo de +2°C, e se possível a +1,5°C, na comparação com era pré-industrial.
Caso sejam adicionados novos compromissos de neutralidade de carbono, que incluem ações como o reflorestamento para compensar as emissões, o aquecimento poderia ser limitado a +2,1°C, ou seja, 0,1°C melhor que a estimativa anterior.
Porém, alguns dos maiores emissores, como Estados Unidos e União Europeia - segundo e terceiro a nível mundial respectivamente -, têm planos relativamente abrangentes sobre como alcançar zero emissões líquidas até 2050.
Outros, principalmente a China - maior emissor de gases do efeito estufa -, não divulgaram detalhes sobre como planejam alcançar tal objetivo.
"Dada a falta de transparência das promessas (...) a ausência de um mecanismo de informação e verificação, e o fato de que poucas promessas para 2030 deixam os países claramente no caminho da neutralidade de carbono, continua sendo incerto as metas de neutralidade de carbono serão alcançadas", afirmou o PNUMA.
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