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Em primeira tentativa de acordo, COP26 pede revisão do corte das emissões em 2022

Segundo um mecanismo estabelecido em 2015, os países devem revisar suas metas a cada cinco anos, mas as nações mais vulneráveis defendem revisão anual

A próxima revisão de metas para a redução de emissões de carbono está prevista originalmente apenas para 2025Divulgação
Publicado 10/11/2021 14:12
Em uma primeira tentativa de acordo para intensificar o combate contra o aquecimento global, a COP26 pediu nesta quarta-feira (10) aos países que revisem suas metas de redução de emissões de carbono até o final de 2022, três anos antes do que o previsto.
Este é apenas um primeiro rascunho da declaração final, que evoluirá de acordo com o avanço do trabalho dos ministros para a conclusão da conferência do clima no fim de semana, mas pede aos quase 200 países participantes para "revisar e fortalecer" os planos de descarbonização para o próximo ano.
O texto destaca que limitar o aquecimento a +1,5°C até o fim do século em comparação com a era pré-industrial "requer uma ação significativa e eficaz de todas as partes nesta década crítica".
De acordo com um mecanismo estabelecido em 2015, os países devem revisar suas metas a cada cinco anos: a próxima está prevista apenas para 2025.
Mas desde o início do encontro em Glasgow, as nações mais vulneráveis insistem na necessidade de que a revisão aconteça anualmente.
Os analistas consideram que a primeira versão do rascunho não atende plenamente nem os países ricos nem os pobres, o que, em termos diplomáticos, pode paradoxalmente significar que tem possibilidades de êxito.
Pequenos avanços
No Acordo de Paris de 2015, os países se comprometeram a atuar para limitar o aumento da temperatura média global a +2 ºC, mas de maneira ideal a +1,5 ºC.
Agora, a COP26, que acontece na cidade escocesa de Glasgow de 31 de outubro a 12 de novembro, deve estabelecer o que fazer para evitar as devastadoras catástrofes naturais representadas por cada décimo de grau adicional.
As emissões de gases do efeito estufa desde a Revolução Industrial já provocaram um aumento da temperatura de +1,1 ºC e suas caóticas consequências, incluindo secas, inundações e o aumento do nível do mar, devem ser agravadas e provocar o surgimento de milhões de refugiados climáticos, alertam os especialistas.
Os compromissos até 2030 com o qual os países chegaram a Glasgow deixavam a Terra no rumo de um aquecimento de +2,7 ºC.
Ou, na melhor das hipóteses, de +2,2 ºC, supondo que todas as promessas de alcançar a neutralidade de carbono até 2050 sejam cumpridas, o que implica ações para captar gases da atmosfera como o reflorestamento.
Em sua primeira semana, Glasgow registrou uma série de anúncios importantes.
Países como Brasil, Argentina e Índia reforçaram os objetivos de reduções de emissões.
Mais de 100 chefes de Estado e de Governo se comprometeram a cessar o desmatamento até 2030, e o mesmo número a emitir 30% a menos de metano, gás que tem efeito estufa 80 vezes maior que o CO2.
Porém, na terça-feira o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) atualizou a estimativa ao somar todas as novas promessas e determinou que o planeta segue rumo a +2,7 °C, ou no máximo +2,1 °C.
"Cruzar os dedos"
No que alguns negociadores chamaram de "primeira menção significativa" aos combustíveis que provocam o aquecimento global, o projeto de texto também pede aos países que "acelerem a eliminação do carvão e dos subsídios aos combustíveis fósseis".
Isto é importante quando se recorda que nas conferências anteriores o uso de carvão ou hidrocarbonetos não foi mencionada nas declarações finais, que se concentram na redução das emissões.
Mas para Jennifer Morgan, diretora executiva do Greenpeace International, "este projeto de acordo não é um plano para resolver a crise climática, é um acordo para que todos cruzem os dedos e esperem o melhor".
"É um pedido educado para que os países talvez, possivelmente, façam mais no próximo ano", afirmou.
Mohamed Adow, diretor do grupo ambientalista Powershift Africa, lamentou que o texto atenda "muito pouco" das demandas dos países vulneráveis em termos de ajuda para adaptação à mudança climática e para enfrentar as perdas e danos já sofridos.
Grande reclamação dos países em desenvolvimento, "nem sequer menciona o prazo para a entrega dos 100 bilhões de dólares de financiamento", destacou, em referência a uma promessa de ajuda anual feita em 2009, mas que em 2021 ainda não foi cumprida.
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Em primeira tentativa de acordo, COP26 pede revisão do corte das emissões em 2022

Segundo um mecanismo estabelecido em 2015, os países devem revisar suas metas a cada cinco anos, mas as nações mais vulneráveis defendem revisão anual

A próxima revisão de metas para a redução de emissões de carbono está prevista originalmente apenas para 2025Divulgação
Publicado 10/11/2021 14:12
Em uma primeira tentativa de acordo para intensificar o combate contra o aquecimento global, a COP26 pediu nesta quarta-feira (10) aos países que revisem suas metas de redução de emissões de carbono até o final de 2022, três anos antes do que o previsto.
Este é apenas um primeiro rascunho da declaração final, que evoluirá de acordo com o avanço do trabalho dos ministros para a conclusão da conferência do clima no fim de semana, mas pede aos quase 200 países participantes para "revisar e fortalecer" os planos de descarbonização para o próximo ano.
O texto destaca que limitar o aquecimento a +1,5°C até o fim do século em comparação com a era pré-industrial "requer uma ação significativa e eficaz de todas as partes nesta década crítica".
De acordo com um mecanismo estabelecido em 2015, os países devem revisar suas metas a cada cinco anos: a próxima está prevista apenas para 2025.
Mas desde o início do encontro em Glasgow, as nações mais vulneráveis insistem na necessidade de que a revisão aconteça anualmente.
Os analistas consideram que a primeira versão do rascunho não atende plenamente nem os países ricos nem os pobres, o que, em termos diplomáticos, pode paradoxalmente significar que tem possibilidades de êxito.
Pequenos avanços
No Acordo de Paris de 2015, os países se comprometeram a atuar para limitar o aumento da temperatura média global a +2 ºC, mas de maneira ideal a +1,5 ºC.
Agora, a COP26, que acontece na cidade escocesa de Glasgow de 31 de outubro a 12 de novembro, deve estabelecer o que fazer para evitar as devastadoras catástrofes naturais representadas por cada décimo de grau adicional.
As emissões de gases do efeito estufa desde a Revolução Industrial já provocaram um aumento da temperatura de +1,1 ºC e suas caóticas consequências, incluindo secas, inundações e o aumento do nível do mar, devem ser agravadas e provocar o surgimento de milhões de refugiados climáticos, alertam os especialistas.
Os compromissos até 2030 com o qual os países chegaram a Glasgow deixavam a Terra no rumo de um aquecimento de +2,7 ºC.
Ou, na melhor das hipóteses, de +2,2 ºC, supondo que todas as promessas de alcançar a neutralidade de carbono até 2050 sejam cumpridas, o que implica ações para captar gases da atmosfera como o reflorestamento.
Em sua primeira semana, Glasgow registrou uma série de anúncios importantes.
Países como Brasil, Argentina e Índia reforçaram os objetivos de reduções de emissões.
Mais de 100 chefes de Estado e de Governo se comprometeram a cessar o desmatamento até 2030, e o mesmo número a emitir 30% a menos de metano, gás que tem efeito estufa 80 vezes maior que o CO2.
Porém, na terça-feira o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) atualizou a estimativa ao somar todas as novas promessas e determinou que o planeta segue rumo a +2,7 °C, ou no máximo +2,1 °C.
"Cruzar os dedos"
No que alguns negociadores chamaram de "primeira menção significativa" aos combustíveis que provocam o aquecimento global, o projeto de texto também pede aos países que "acelerem a eliminação do carvão e dos subsídios aos combustíveis fósseis".
Isto é importante quando se recorda que nas conferências anteriores o uso de carvão ou hidrocarbonetos não foi mencionada nas declarações finais, que se concentram na redução das emissões.
Mas para Jennifer Morgan, diretora executiva do Greenpeace International, "este projeto de acordo não é um plano para resolver a crise climática, é um acordo para que todos cruzem os dedos e esperem o melhor".
"É um pedido educado para que os países talvez, possivelmente, façam mais no próximo ano", afirmou.
Mohamed Adow, diretor do grupo ambientalista Powershift Africa, lamentou que o texto atenda "muito pouco" das demandas dos países vulneráveis em termos de ajuda para adaptação à mudança climática e para enfrentar as perdas e danos já sofridos.
Grande reclamação dos países em desenvolvimento, "nem sequer menciona o prazo para a entrega dos 100 bilhões de dólares de financiamento", destacou, em referência a uma promessa de ajuda anual feita em 2009, mas que em 2021 ainda não foi cumprida.
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