Publicado 12/11/2021 08:27
Glasgow - Em uma nova tentativa de acordo entre quase 200 países para intensificar o combate contra a mudança climática, a COP26 de Glasgow pediu, nesta sexta-feira, 11, a supressão progressiva da energia produzida com carvão "sem mitigação" e dos "subsídios ineficazes aos combustíveis fósseis".
Os delegados de 194 países reunidos na cidade escocesa desde 31 de outubro têm como missão determinar como cumprir os compromissos do Acordo de Paris.
O acordo de 2015 estabeleceu um compromisso para limitar o aumento da temperatura global abaixo de +2 ºC até o fim do século na comparação com a era pré-industrial, e de maneira ideal o mais seguro +1,5 ºC, para evitar as devastadoras catástrofes naturais representadas por cada décimo de grau adicional.
Após duas semanas de intensas negociações, a COP26 deveria terminar oficialmente nesta sexta-feira, mas com as divergências registradas no momento, principalmente entre países ricos e nações em desenvolvimento, é provável que prossiga pelo fim de semana.
Para buscar um terreno comum, o segundo rascunho de resolução, ainda provisório e divulgado durante a manhã, pede aos países "a supressão progressiva da energia produzida com carvão sem mitigação e dos subsídios ineficazes aos combustíveis fósseis".
As centrais de energia elétrica à base de carvão "sem mitigação" são aquelas que não utilizam tecnologia de captura de carbono para compensar parte dos gases que emitem à atmosfera.
Esta é uma menção sem precedentes em mais de duas décadas de negociações sobre tais combustíveis, incluindo gás e petróleo, amplamente responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa que provocam o aquecimento do planeta.
Porém, esta frase é mais suave que a do primeiro rascunho, que pedia simplesmente aos países para "acelerar o abandono do carvão e o financiamento dos combustíveis fósseis".
Mais ambição para 2022
Os delegados de 194 países reunidos na cidade escocesa desde 31 de outubro têm como missão determinar como cumprir os compromissos do Acordo de Paris.
O acordo de 2015 estabeleceu um compromisso para limitar o aumento da temperatura global abaixo de +2 ºC até o fim do século na comparação com a era pré-industrial, e de maneira ideal o mais seguro +1,5 ºC, para evitar as devastadoras catástrofes naturais representadas por cada décimo de grau adicional.
Após duas semanas de intensas negociações, a COP26 deveria terminar oficialmente nesta sexta-feira, mas com as divergências registradas no momento, principalmente entre países ricos e nações em desenvolvimento, é provável que prossiga pelo fim de semana.
Para buscar um terreno comum, o segundo rascunho de resolução, ainda provisório e divulgado durante a manhã, pede aos países "a supressão progressiva da energia produzida com carvão sem mitigação e dos subsídios ineficazes aos combustíveis fósseis".
As centrais de energia elétrica à base de carvão "sem mitigação" são aquelas que não utilizam tecnologia de captura de carbono para compensar parte dos gases que emitem à atmosfera.
Esta é uma menção sem precedentes em mais de duas décadas de negociações sobre tais combustíveis, incluindo gás e petróleo, amplamente responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa que provocam o aquecimento do planeta.
Porém, esta frase é mais suave que a do primeiro rascunho, que pedia simplesmente aos países para "acelerar o abandono do carvão e o financiamento dos combustíveis fósseis".
Mais ambição para 2022
Vanessa Pérez-Cirera, diretora da ONG ambientalista WWF, lamentou que "o rascunho revisado tenha recuado em áreas cruciais".
"Diante da emergência climática, havíamos considerado o texto anterior como o limite absoluto e esperávamos que este fosse mais forte e concreto", destacou.
Ela celebrou, no entanto, o fato de que "o aumento a curto prazo dos compromissos climáticos para 2022 permaneça no texto, embora ainda seja insuficiente para a meta de +1,5 °C".
De acordo com um mecanismo estabelecido em 2015, os países devem revisar seus objetivos a cada cinco anos, com a próxima vez programada para 2025.
Desde o início da reunião em Glasgow, no entanto, as nações mais vulneráveis afirmam que o prazo seria muito tarde e insistem em revisões anuais.
O primeiro rascunho de resolução, publicado na quarta-feira, pediu aos países para "revisar e fortalecer" os planos de descarbonização no próximo ano. E o fato desta menção não ter sido retirada na segunda versão indicaria a existência de um consenso sobre o tema.
Pérez-Cirera, porém, considera que "isto deve ser acompanhado por uma ação a curto prazo, como por exemplo um acordo para a eliminação dos bilhões gastos anualmente no subsídio dos combustíveis fósseis, o que poderia ajudar a alcançar os 100 bilhões de dólares" anuais prometidos desde 2009 em ajudas aos países pobres, um valor que até hoje não foi alcançado.
É necessário fazer mais
"Diante da emergência climática, havíamos considerado o texto anterior como o limite absoluto e esperávamos que este fosse mais forte e concreto", destacou.
Ela celebrou, no entanto, o fato de que "o aumento a curto prazo dos compromissos climáticos para 2022 permaneça no texto, embora ainda seja insuficiente para a meta de +1,5 °C".
De acordo com um mecanismo estabelecido em 2015, os países devem revisar seus objetivos a cada cinco anos, com a próxima vez programada para 2025.
Desde o início da reunião em Glasgow, no entanto, as nações mais vulneráveis afirmam que o prazo seria muito tarde e insistem em revisões anuais.
O primeiro rascunho de resolução, publicado na quarta-feira, pediu aos países para "revisar e fortalecer" os planos de descarbonização no próximo ano. E o fato desta menção não ter sido retirada na segunda versão indicaria a existência de um consenso sobre o tema.
Pérez-Cirera, porém, considera que "isto deve ser acompanhado por uma ação a curto prazo, como por exemplo um acordo para a eliminação dos bilhões gastos anualmente no subsídio dos combustíveis fósseis, o que poderia ajudar a alcançar os 100 bilhões de dólares" anuais prometidos desde 2009 em ajudas aos países pobres, um valor que até hoje não foi alcançado.
É necessário fazer mais
As emissões de gases do efeito estufa desde a Revolução Industrial já provocaram um aumento da temperatura de +1,1 ºC e suas caóticas consequências, incluindo secas e inundações, devem aumentar e provocar o surgimento de milhões de refugiados climáticos, advertem os especialistas.
Os primeiros 10 dias da COP26 foram marcados por anúncios pomposos: novos objetivos da Índia - quarto maior poluente mundial -, promessas de acabar com o desmatamento até 2030 e a emissão de 30% a menos de metano, gás que tem efeito estufa 80 vezes maior que o CO2.
Até China e Estados Unidos, os dois maiores emissores do planeta, anunciaram de maneira inesperada um acordo para reforçar em conjunto a luta contra a mudança climática, apesar das profundas divergências em outros campos.
A ONU advertiu, no entanto, que apesar das promessas o planeta segue rumo a um "catastrófico" aquecimento de +2,7 ºC e que os países devem fazer mais.
Os primeiros 10 dias da COP26 foram marcados por anúncios pomposos: novos objetivos da Índia - quarto maior poluente mundial -, promessas de acabar com o desmatamento até 2030 e a emissão de 30% a menos de metano, gás que tem efeito estufa 80 vezes maior que o CO2.
Até China e Estados Unidos, os dois maiores emissores do planeta, anunciaram de maneira inesperada um acordo para reforçar em conjunto a luta contra a mudança climática, apesar das profundas divergências em outros campos.
A ONU advertiu, no entanto, que apesar das promessas o planeta segue rumo a um "catastrófico" aquecimento de +2,7 ºC e que os países devem fazer mais.
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