Publicado 17/11/2021 18:48
Pelo menos 15 pessoas morreram nesta quarta-feira, 17, em Cartum, a capital do Sudão, em um dos dias mais violentos desde o início dos protestos contra o golpe de Estado ocorrido em outubro. Apenas nos subúrbios do norte da capital, 11 pessoas, entre elas uma mulher, foram mortas por disparos de munição real, segundo um sindicato de médicos partidários da democracia. As forças de segurança miravam contra "a cabeça, o pescoço e o torso", acrescentou a associação.
No total, desde o golpe militar de 25 de outubro, 39 pessoas, entre elas três adolescentes, morreram e centenas ficaram feridas. A repressão começou desde o primeiro dia, mas ficou ainda mais intensa nesta quarta.
Ao meio-dia (horário local, 7h00 em Brasília), o novo governo militar cortou todas as comunicações telefônicas, enquanto a internet permanece inacessível no país desde 25 de outubro.
Nesta quarta-feira, o terceiro dia de protestos maciços, os ativistas não puderam se mobilizar, como de costume, através de mensagens SMS e apenas alguns milhares de manifestantes compareceram, em comparação com as dezenas de milhares de ocasiões anteriores.
Por outro lado, o desdobramento das forças de segurança e dos agentes de repressão foi maior que o de costume. As pontes que ligam a capital Cartum com os subúrbios foram bloqueadas
No total, desde o golpe militar de 25 de outubro, 39 pessoas, entre elas três adolescentes, morreram e centenas ficaram feridas. A repressão começou desde o primeiro dia, mas ficou ainda mais intensa nesta quarta.
Ao meio-dia (horário local, 7h00 em Brasília), o novo governo militar cortou todas as comunicações telefônicas, enquanto a internet permanece inacessível no país desde 25 de outubro.
Nesta quarta-feira, o terceiro dia de protestos maciços, os ativistas não puderam se mobilizar, como de costume, através de mensagens SMS e apenas alguns milhares de manifestantes compareceram, em comparação com as dezenas de milhares de ocasiões anteriores.
Por outro lado, o desdobramento das forças de segurança e dos agentes de repressão foi maior que o de costume. As pontes que ligam a capital Cartum com os subúrbios foram bloqueadas
'Crimes contra a humanidade'
"Foi um péssimo dia para os manifestantes", disse Soha, uma manifestante de 42 anos, à AFP. "Vi uma pessoa ferida de bala atrás de mim e houve muitas prisões" em Cartum, acrescentou.
A Associação de Profissionais do Sudão, uma das mais ativas durante a revolta de 2019 que derrubou o ditador Omar al Bashir, denunciou nesta quarta "imensos crimes contra a humanidade", acusando as forças de segurança de "assassinatos premeditados".
A polícia nega as acusações e a televisão estatal anunciou a abertura de uma investigação sobre os manifestantes mortos. Contudo, na noite desta quarta (horário local), a associação de médicos acusou as forças de segurança de persegui-los nos hospitais e de disparar gás lacrimogênio contra os feridos e as ambulâncias.
Apesar do perigo, centenas de manifestantes mantinham suas barricadas pela noite, especialmente nos subúrbios do norte da capital, enquanto as marchas em outras cidades do país tinham se dispersado.
No dia 25 de outubro, o general Abdel Fattah al Burhan, que dirigia o processo de transição no Sudão, declarou o estado de emergência, dissolveu o governo provisório e deteve os dirigentes civis. Como consequência disso, os Estados Unidos suspenderam sua ajuda de 700 milhões de dólares.
"É vital que a transição recupere a legitimidade que tinha", disse nesta quarta-feira o secretário de Estado americano Antony Blinken em uma entrevista coletiva em Nairóbi, no Quênia.
"Se o Exército recolocar o trem nos trilhos e fizer o necessário, acredito que o apoio da comunidade internacional, que tem sido muito forte, pode ser retomado", acrescentou.
Diante da atual situação, os Estados Unidos enviaram ao Sudão a subsecretária de Estado para Assuntos Africanos, Molly Phee. Para tentar retomar o processo de transição, a funcionária esteve em contato tanto com civis - entre eles o primeiro-ministro Abdalla Hamdok, que está em prisão domiciliar - quanto com os militares.
A Associação de Profissionais do Sudão, uma das mais ativas durante a revolta de 2019 que derrubou o ditador Omar al Bashir, denunciou nesta quarta "imensos crimes contra a humanidade", acusando as forças de segurança de "assassinatos premeditados".
A polícia nega as acusações e a televisão estatal anunciou a abertura de uma investigação sobre os manifestantes mortos. Contudo, na noite desta quarta (horário local), a associação de médicos acusou as forças de segurança de persegui-los nos hospitais e de disparar gás lacrimogênio contra os feridos e as ambulâncias.
Apesar do perigo, centenas de manifestantes mantinham suas barricadas pela noite, especialmente nos subúrbios do norte da capital, enquanto as marchas em outras cidades do país tinham se dispersado.
No dia 25 de outubro, o general Abdel Fattah al Burhan, que dirigia o processo de transição no Sudão, declarou o estado de emergência, dissolveu o governo provisório e deteve os dirigentes civis. Como consequência disso, os Estados Unidos suspenderam sua ajuda de 700 milhões de dólares.
"É vital que a transição recupere a legitimidade que tinha", disse nesta quarta-feira o secretário de Estado americano Antony Blinken em uma entrevista coletiva em Nairóbi, no Quênia.
"Se o Exército recolocar o trem nos trilhos e fizer o necessário, acredito que o apoio da comunidade internacional, que tem sido muito forte, pode ser retomado", acrescentou.
Diante da atual situação, os Estados Unidos enviaram ao Sudão a subsecretária de Estado para Assuntos Africanos, Molly Phee. Para tentar retomar o processo de transição, a funcionária esteve em contato tanto com civis - entre eles o primeiro-ministro Abdalla Hamdok, que está em prisão domiciliar - quanto com os militares.
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