Publicado 18/11/2021 13:53
Santiago - No Chile, 15 milhões de eleitores estão convocados para eleger no próximo domingo, 21, o sucessor de Sebastián Piñera entre sete candidatos, da extrema esquerda à extrema direita, em uma das eleições mais incertas em 31 anos de democracia.
Também serão escolhidos 155 deputados, 27 dos 43 senadores e vereadores regionais.
Esta será a quarta eleição desde 2020 a ser realizada no Chile, que atravessa um período de mudanças desde a agitação social de outubro de 2019.
Representantes dos dois polos políticos mais antagônicos são os favoritos: o deputado da Frente Ampla de esquerda Gabriel Boric, o candidato mais jovem da história com 35 anos, e o advogado e político de extrema direita José Antonio Kast, de 55 anos e do Partido Republicano.
Mas, em um cenário sem pesquisas sólidas, e cuja divulgação está proibida por lei há 15 dias, também pesam as candidaturas do representante da coalizão de direita no governo, Sebastián Sichel (44), e da única mulher, senadora e ex-ministra de Michelle Bachelet, a democrata-cristã Yasna Provoste (51).
"A direita propõe ordem sem mudanças e Boric, mudanças sem ordem, ambos nos levam à incerteza", declarou Provoste na segunda-feira.
Ela se apresenta como a orgulhosa "herdeira" da "Concertación", coalizão de centro-esquerda que governou grande parte dos 31 anos de democracia após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), agora desintegrada.
"Desde o plebiscito de 1988 [que decidiu a saída de Pinochet], não sentia essa incerteza", comentou à AFP Silvia Gutiérrez, uma enfermeira de 60 anos que trabalha em Santiago.
Na família de Gutiérrez "sempre votamos pela Concertación e agora estamos divididos: há votos na direita e na esquerda, mas nenhum extremo", diz, em um reflexo da divisão política no país.
"Há uma distorção produzida pela mediocridade da política, uma degradação da política", opina à AFP a analista e pesquisadora Marta Lagos, diretora executiva da organização Latinobarómetro, explicando a falta de pesquisas confiáveis e a ascensão da extrema direita.
Nesta quinta-feira, as campanhas dos sete candidatos presidenciais vão encerrar e os eleitores são chamados a votar entre as 11h00 GMT (8h00 de Brasília) e 21H00 (18h00 de Brasília) de domingo.
Caos e ordem
Também serão escolhidos 155 deputados, 27 dos 43 senadores e vereadores regionais.
Esta será a quarta eleição desde 2020 a ser realizada no Chile, que atravessa um período de mudanças desde a agitação social de outubro de 2019.
Representantes dos dois polos políticos mais antagônicos são os favoritos: o deputado da Frente Ampla de esquerda Gabriel Boric, o candidato mais jovem da história com 35 anos, e o advogado e político de extrema direita José Antonio Kast, de 55 anos e do Partido Republicano.
Mas, em um cenário sem pesquisas sólidas, e cuja divulgação está proibida por lei há 15 dias, também pesam as candidaturas do representante da coalizão de direita no governo, Sebastián Sichel (44), e da única mulher, senadora e ex-ministra de Michelle Bachelet, a democrata-cristã Yasna Provoste (51).
"A direita propõe ordem sem mudanças e Boric, mudanças sem ordem, ambos nos levam à incerteza", declarou Provoste na segunda-feira.
Ela se apresenta como a orgulhosa "herdeira" da "Concertación", coalizão de centro-esquerda que governou grande parte dos 31 anos de democracia após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), agora desintegrada.
"Desde o plebiscito de 1988 [que decidiu a saída de Pinochet], não sentia essa incerteza", comentou à AFP Silvia Gutiérrez, uma enfermeira de 60 anos que trabalha em Santiago.
Na família de Gutiérrez "sempre votamos pela Concertación e agora estamos divididos: há votos na direita e na esquerda, mas nenhum extremo", diz, em um reflexo da divisão política no país.
"Há uma distorção produzida pela mediocridade da política, uma degradação da política", opina à AFP a analista e pesquisadora Marta Lagos, diretora executiva da organização Latinobarómetro, explicando a falta de pesquisas confiáveis e a ascensão da extrema direita.
Nesta quinta-feira, as campanhas dos sete candidatos presidenciais vão encerrar e os eleitores são chamados a votar entre as 11h00 GMT (8h00 de Brasília) e 21H00 (18h00 de Brasília) de domingo.
Caos e ordem
Desde 2012, quando o Chile estabeleceu o voto voluntário, a participação eleitoral tem sido baixa. Por isso, analistas estimam que haverá um segundo turno no dia 19 de dezembro.
A eleição presidencial, além de imprevisível, ocorre em meio à elaboração de uma nova Constituição, ao aumento da inflação para 6% e ao colapso dos partidos tradicionais como reflexo de uma crise de confiança institucional.
Assim, o Chile é o último destino da onda de populismo de extrema direita com Kast, que reivindica a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e em sintonia com o brasileiro Jair Bolsonaro e o americano Donald Trump.
Promete restaurar a ordem social e manter o modelo econômico que fez do Chile um país próspero, mas com uma desigualdade que fragmenta sua sociedade.
"Acredito que Kast seja a opção menos perigosa para o Chile, já vivemos o horror que pode ser a extrema esquerda", afirma à AFP Andreína Guillén, agente comercial venezuelana que há 12 anos trabalha para uma empresa farmacêutica multinacional em Santiago.
No Chile, onde venezuelanos e peruanos constituem a primeira e a segunda comunidades estrangeiras, cerca de 400 mil pessoas residentes a mais de cinco anos no país poderão votar, segundo o Serviço Eleitoral.
Uma parte importante dos 19 milhões de habitantes apoia, desde 2019, a demanda por um Estado presente nas questões sociais, melhor acesso à educação e saúde pública, e mudar o sistema previdenciário, atualmente nas mãos de fundos privados.
Mas as expressões mais violentas, com vandalismo nos protestos e discursos da extrema esquerda, impulsionaram a ascensão da direita nos últimos meses.
Desde 1999, as eleições presidenciais no Chile foram definidas no segundo turno.
A eleição presidencial, além de imprevisível, ocorre em meio à elaboração de uma nova Constituição, ao aumento da inflação para 6% e ao colapso dos partidos tradicionais como reflexo de uma crise de confiança institucional.
Assim, o Chile é o último destino da onda de populismo de extrema direita com Kast, que reivindica a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e em sintonia com o brasileiro Jair Bolsonaro e o americano Donald Trump.
Promete restaurar a ordem social e manter o modelo econômico que fez do Chile um país próspero, mas com uma desigualdade que fragmenta sua sociedade.
"Acredito que Kast seja a opção menos perigosa para o Chile, já vivemos o horror que pode ser a extrema esquerda", afirma à AFP Andreína Guillén, agente comercial venezuelana que há 12 anos trabalha para uma empresa farmacêutica multinacional em Santiago.
No Chile, onde venezuelanos e peruanos constituem a primeira e a segunda comunidades estrangeiras, cerca de 400 mil pessoas residentes a mais de cinco anos no país poderão votar, segundo o Serviço Eleitoral.
Uma parte importante dos 19 milhões de habitantes apoia, desde 2019, a demanda por um Estado presente nas questões sociais, melhor acesso à educação e saúde pública, e mudar o sistema previdenciário, atualmente nas mãos de fundos privados.
Mas as expressões mais violentas, com vandalismo nos protestos e discursos da extrema esquerda, impulsionaram a ascensão da direita nos últimos meses.
Desde 1999, as eleições presidenciais no Chile foram definidas no segundo turno.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.