O Talibã pediu novamente ao governo dos Estados Unidos para liberar bilhões de dólares de fundos que estão congelados, após dois dias de negociações em Doha, enquanto o Afeganistão enfrenta uma grave crise econômica e humanitária. O governo talibã também pediu o fim das sanções, durante uma série de reuniões lideradas por seu ministro das Relações Exteriores, Amir Khan Muttaqi, e o delegado especial dos Estados Unidos para o Afeganistão, Tom West. Esta é a segunda rodada de negociações entre as duas partes no Catar desde que os Estados Unidos encerraram a ocupação do país e o grupo islâmico assumiu o poder. \"As duas delegações discutiram questões de política, economia, assuntos humanitários, saúde, educação e segurança, além de maneiras de fornecer os serviços bancários e fundos necessários\", disse o porta-voz das Relações Exteriores do Afeganistão, Abdul Qahar Balkhi, no Twitter. O porta-voz indicou que a delegação de seu país tranquilizou os Estados Unidos em questões de segurança e instou para que os fundos congelados sejam liberados de maneira incondicional, o fim das listas de penalizados e das sanções e que as questões humanitárias sejam separadas da política. Washington congelou cerca de 9,5 bilhões de dólares do Banco Central do Afeganistão. A economia - altamente dependente da ajuda internacional - entrou em colapso e alguns funcionários não recebem salários há meses. O Tesouro não pode pagar as importações. Agências da ONU alertaram que 23 milhões de afegãos - cerca de metade da população - estão ameaçados pela fome neste inverno, devido à combinação entre a seca pela mudança climática e a paralisação econômica. Nas negociações, Washington manteve sua posição sobre as sanções que afetam o primeiro-ministro Mohammad Hassan Akhund, mas garantiu que os Estados Unidos agirão para ajudar o povo afegão. Washington pediu ao Talibã que dê às mulheres e meninas acesso à educação, expressou \"preocupação\" com relatos de violações dos direitos humanos e lembrou aos islâmicos seu compromisso de não permitir que organizações \"terroristas\" operem no local.