Publicado 07/12/2021 15:09
O Congresso do Peru, controlado pela oposição de direita, definirá nesta terça-feira (7) se aceita debater um pedido de destituição do presidente de esquerda Pedro Castillo, o que levaria novamente o país a um período de instabilidade e incerteza.
Esta é a quinta moção de julgamento político contra um presidente peruano nos últimos quatro anos e recorda pedidos similares que provocaram a queda dos chefes de Estado Pedro Pablo Kuczynski, em 2018, e Martín Vizcarra, em 2020.
O presidente, que assumiu o poder há pouco mais de quatro meses, virou alvo após um escândalo de suposta interferência do governo em promoções militares, o que motivou o pedido de sua destituição. Por este caso, ele também foi intimado a depor em 14 de dezembro à procuradora Zoraida Ávalos.
O pedido de vacância por "incapacidade moral" teria pelo menos 57 votos no Congresso para ser submetido a debate, de acordo com a imprensa de Lima, cinco a mais que o necessário.
Se o debate do processo for aprovado, Castillo deve comparecer ao plenário, possivelmente na próxima semana, para apresentar sua defesa. Depois, os 130 legisladores decidiriam sobre o impeachment, para o qual são necessários 87 votos que os adversários do presidente dificilmente conseguirão.
A moção foi apresentada há duas semanas por três partidos de direita, incluindo o fujimorista, e o plenário dever começar a discuti-la às 13h00 no horário local (15h00 no horário de Brasília), quatro horas mais tarde que o previsto inicialmente. Depois começará uma longa discussão antes da votação.
O debate da moção atrasou porque antes o plenário prestou uma homenagem à Polícia e depois começou a interrogar o ministro da Educação, Carlos Gallardo, sobre outras questões.
A possível saída de Castillo é mencionada desde sua eleição em junho, denunciada por partidos opositores como uma "fraude", apesar do aval dos observadores da OEA e da União Europeia.
O presidente convocou nos últimos dias um diálogo com os dirigentes da oposição na tentativa de se salvar do que qualificou como uma moção "sem respaldo e com absoluta irresponsabilidade". No entanto, Keiko Fujimori e outros líderes da direita se recusaram a falar com ele.
O professor rural de 52 anos venceu Fujimori no segundo turno da eleição presidencial em junho. Desde que assumiu o cargo, em 28 de julho, tem sido perseguido pela oposição por seus próprios erros e por divergências em seu partido que causaram a saída de dez ministros.
O partido que o levou ao poder, Peru Livre, afirmou que seus 37 parlamentares rejeitarão a moção, apesar das divergências com o presidente.
Durante a sessão do Parlamento em Lima, o presidente visitava as regiões sul-andinas de Apurimac e Puno.
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