Regulador norte-americano alertou que o tratamento preventivo não é 'um substituto para a vacina'AFP
Publicado 09/12/2021 08:59
Washington - As autoridades de saúde dos Estados Unidos autorizaram nesta quarta-feira, 8, uma síntese de anticorpos desenvolvida pela AstraZeneca, para prevenir a disseminação do coronavírus em pessoas que tiveram uma reação adversa a vacinas e imunossuprimidos.
É a primeira vez que a Agência de Alimentos e Drogas (FDA) concede autorização de emergência para tratamento de uso preventivo embora tenha alertado que não é "um substituto para a vacina".
Na verdade, é um tratamento para pessoas imunossuprimidas (nas quais a vacina pode ser menos eficaz) ou para aqueles casos em que a vacina não pôde ser administrada por razões médicas (por exemplo, devido a reações alérgicas).
Nestes casos, o medicamento da AstraZeneca pode ser aplicado a indivíduos com 12 ou mais anos de idade.
O tratamento denominado Evusheld combina dois tipos de anticorpos sintetizados (tixagevimab e cilgavimab) e é administrado com duas injeções intramusculares consecutivas.
Esses anticorpos ajudam o sistema imunológico a combater o vírus, identificando a proteína Spike, responsável pela entrada nas células para infectá-las.
O tratamento "pode ser eficaz como uma pré-exposição preventiva (ao vírus) por seis meses", disse a FDA.
No entanto, não pode ser administrado a uma pessoa infectada, enfatizou a agência, embora a AstraZeneca já faça testes a esse respeito.
Os efeitos colaterais variam de uma reação alérgica a sangramento no local da injeção, dores de cabeça e até fadiga.
A autorização da FDA é baseada em um estudo clínico realizado em pessoas não vacinadas (maiores de 59 anos, com doença crônica ou alto risco de infecção), das quais cerca de 3.500 receberam o tratamento e 1.700 um placebo. O risco de desenvolver covid-19 foi reduzido em 77% com este tratamento.
Por enquanto, dois coquetéis de anticorpos, desenvolvidos pela Regeneron e Eli Lilly, estão licenciados para uso preventivo nos Estados Unidos, mas apenas em pessoas que foram expostas ao vírus pouco antes ou estão em alto risco de exposição (agentes carcerários, trabalhadores de lares de idosos).
Além de não estarem vacinadas ou imunossuprimidas, as pessoas-alvo do novo tratamento também devem ter alto risco de desenvolver um caso grave da doença.
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