Rio - A Baía de Guanabara nunca foi tão grande para o casal Carolina e Vinicius. Ela, moradora de Niterói, não pode ir ao Rio de Janeiro para matar a saudade do namorado por conta das restrições de locomoção impostas pelo governo para combater a pandemia do novo coronavírus. Isolados em suas casas, eles não se encontram desde o dia 9 de março e, desde então, as conversas, antes intermináveis, estão limitadas ao retângulo da tela do celular.
"Estamos sempre juntos, mas com essa quarentena, temos que ficar separados. Tem restrição pra chegar no Rio e aqui eu moro com meu pai que tem mais de 60 anos. Tenho medo do meu namorado vir, acabar pegando o vírus e colocar meu pai em risco. Estamos nos falando constantemente por videochamada. O ruim é que não sabemos quando iremos nos ver novamente ao vivo", lamenta a geógrafa Carolina Silva.
Com Thays Bastos e Victor Azevedo foi o contrário: a impossibilidade de se locomover acelerou as etapas do namoro. "Vim passar um fim de semana na casa dele, em São Gonçalo, e começou a quarentena. Acabei ficando na dele e foi ótimo. Temos nossos cuidados, mas continuamos com o mesmo contato, beijando, abraçando. Está uma convivência muito gostosa, levando isso como um prévia de casamento", diz ela.
'BBB' da vida real
O isolamento de Diego Rodrigues, motorista de aplicativo, com a namorada Ana Vianna, youtuber, está longe de ser prova de resistência. "A gente não está tendo muito contato com ninguém, ficamos só em casa. Parece que a gente está confinado no Big Brother, nem tem como ficar doente. Por isso, não estamos nos privando de beijo, abraço, ou outras coisas", diz o namorado.
O problema é que se a relação anda na corda bamba, o confinamento tipo 'Big Brother Brasil' pode complicar ainda mais. Já tem gente com medo de ser eliminada no 'paredão' do amor. "Moro com uma pessoa, e a quarentena estava tranquila. Nos primeiros dias, vimos uns filmes sobre pandemia. Nos dias seguintes, já começamos a ter umas DRs bobas. Hoje, já não sei se estamos juntos", lamenta - e ri - Henrique Souza, morador do Complexo da Maré. "O relacionamento que sobreviver à quarentena pode se considerar eterno", brinca.
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