Na época da pandemia da gripe espanhola , as ações tomadas pelos governos para conter os avanços do vírus são semelhantes às adotadas pelos líderes de estado atualmente para combater a Covid-19.
Além dos acertos, os erros cometidos por algumas autoridades no começo do século passado também estão sendo repetidos. Dentre eles, está a flexibilização precipitada do fim do isolamento social.
Em 1918, diversas cidades cancelaram o isolamento social depois de acreditarem ter controlado a transmissão da doença. Com isso, eventos com alta aglomeração voltaram a acontecer, o que resultou em uma segunda onda da doença.
A cidade americana de Filadélfia exemplifica isso. Depois de ter controlado o contágio, os políticos da cidade decidiram manter a realização de um desfile público no fim de setembro de 1918. Três dias depois, a cidade registrou 635 novos casos da doença e, em outubro, o número de mortes causadas pela doença na cidade ultrapassou a marca de 10 mil.
Outro erro cometido atualmente é a recomendação de remédios e substâncias que não tiveram sua eficácia e segurança comprovadas. De acordo com pesquisas da Universidade de Stanford, durante a gripe espanhola, os médicos utilizaram diversos medicamentos, variando de remédios já conhecidos à misturas envolvendo óleos e ervas, para tentar conter a pandemia.
No momento, a maior especulação envolvendo medicamentos que podem tratar a Covid-19 se refere à hidroxicloroquina – utilizada para tratar malária, lúpus e artrite reumatoide. Os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro se referiram ao fármaco como uma possível solução para a crise.