O Reino Unido foi o primeiro país a aprovar, em 2 de dezembro, a vacina desenvolvida pelo laboratório americano Pfizer e a empresa alemã BioNTech. Desde então, dezenas de milhares de britânicos, sobretudo idosos e profissionais da saúde, receberam a primeira dose.
A Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos também autorizou a vacina da Pfizer/BioNTech, assim como a do laboratório Moderna.
No total, 16 países e a União Europeia (composta por 27 Estados) validaram o imunizante da Pfizer/BioNTech.
A Rússia começou em 5 de dezembro a aplicar a vacina local Sputnik V, apesar de ainda estar na fase três (e última) dos testes médicos, enquanto a China autorizou o uso de diversas vacinas desenvolvidas no país, embora estas não tenham concluído o processo oficial de validação.
Dezesseis vacinas estão na última fase de desenvolvimento, de acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que incluem as que já estão sendo administradas.
Após a autorização, cada país decide sua organização logística e os setores prioritários da população para receber a vacina. A maioria dos países da UE iniciará a imunização em 27 de dezembro.
Qual é a melhor vacina?
Os anúncios foram baseados nos dados da última fase de testes clínicos, nos quais os imunizantes foram testados com dezenas de milhares de voluntários.
Porém, até o momento só foram publicados de maneira detalhada e validada os dados da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca/Oxford.
A FDA confirmou que a vacina Pfizer/BioNTech dispõe de eficácia de 95%, enquanto a da Moderna anuncia eficiência de 94,1% e a de AstraZeneca de 70%, de acordo com a revista científica The Lancet.
Os fabricantes da vacina russa Sputnik V defendem que tem uma eficácia de 91,4%.
O imunizante da AstraZeneca é o mais barato (2,50 euros/3 dólares a dose) e as vacinas da Moderna e Pfizer/BioNTech têm um problema logístico, pois devem ser armazenadas em temperaturas inferiores a -20º e -70ºC respectivamente.
Quais os efeitos colaterais?
De acordo com um relatório da FDA sobre a vacina Pfizer/BioNTech, esta pode provocar dores na área de aplicação da injeção no braço (em 80% dos casos), assim como outros efeitos não desejados, como por exemplo cansaço, dores de cabeça e musculares, e febre de maneira mais excepcional.
Será menos eficaz ante a nova cepa do vírus?
"No momento não há nenhuma evidência que sugira que a vacina da Pfizer/BioNTech não é eficaz contra a nova cepa", afirmou a Agência Europeia de Medicamento.
Outras perguntas
"Quanto tempo vai durar a proteção? O vírus sofrerá mutações para vencer a vacina, o que limitaria sua eficácia?", questiona a cientista britânica Penny Ward, do King's College de Londres, citada pelo Science Media Centre (SMC).
Também se desconhece se a eficácia da vacina será a mesma em função dos vários setores da população e se reduzirá a transmissão além de combater os sintomas mais graves do vírus.