Por diana.dantas

Atenas/Bruxelas - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, chegou a Bruxelas para se reunir com os credores do país nesta quarta-feira e buscar reduzir as diferenças em questões importantes das propostas feitas por seu governo para sustentar as finanças estatais em troca de empréstimos vitais.

Atenas propôs elevar o Imposto sobre Valor Agregado, tributação sobre empresas e contribuições para a previdência buscando atingir as metas orçamentárias, mas Tsipras disse a aliados que os credores não aceitaram as medidas para elevar as receitas, segundo uma autoridade do governo grego.

"Essa atitude estranha só pode significar uma de duas coisas: ou eles não querem um acordo ou estão servido a interesses específicos na Grécia", disse Tsipras em um tweet.

Os mercados reagiram com nervosismo às declarações de Atenas, mas fontes próximas às negociações disseram que os credores da Grécia apresentaram novas contrapropostas.

Uma autoridade da União Europeia próxima às conversas, que pediu para não ser identificada, deixou claro que as conversas continuam. "Nada entrou em colapso, as negociações continuam e a reunião com Tsipras vai continuar como planejado."

Segundo o ministro grego da Economia, George Stathakis, apenas três das 50 propostas apresentadas por Atenas ainda geram impasse.

Ainda assim, com tempo se esgotando para que a Grécia pague € 1,6 bilhão ao Fundo Monetário Internacional em 30 de junho ou entre em default, o presidente do grupo de ministros das Finanças da zona do euro, Jeroen Dijsselbloem, disse que ainda há muito trabalho a ser feito antes de se chegar a um acordo.

E a questão sobre alívio da dívida, importante exigência do lado grego, nem chegou a ser discutida, disse a autoridade.

O FMI disse que a Grécia vai precisar de algum tipo de reestruturação da dívida ou mais empréstimos para tornar suas finanças mais sustentáveis.

Mas autoridades da zona do euro insistem que os credores não discutirão qualquer reestruturação antes que a Grécia implemente o restante de seu programa de ajuste e a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, descartou qualquer redução da dívida.

Isso vai aumentar as dificuldades para o governo grego conseguir a aprovação parlamentar do acordo, especialmente do partido nacionalista Gregos Independentes, cujo apoio Tsipras precisa para ter a maioria.

Eles também rejeitam movimentos para eliminar exceções correntes ao IVA em algumas ilhas gregas.

"Eu não posso votar a favor de uma medida como essa, nem, obviamente, participar de um governo que viole uma linha na qual recebemos um mandato do povo grego", disse o líder do partido,

Panos Kammenos, em um tuíte na terça-feira.

Mas o ministro da Economia disse estar confiante no apoio parlamentar a um acordo antes de 30 de junho. "Acho que um acordo equilibrado é defensável no Syriza e na sociedade grega também."

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