Por diana.dantas

Atenas/Frankfurt - O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, recebeu nesta quinta-feira as propostas detalhadas da Grécia de como o país cumprirá as condições para receber nova ajuda financeira, disse seu porta-voz, e o governo grego anunciou que buscará apoio do Parlamento para esses compromissos em votação na sexta-feira.

O endosso parlamentar dos compromissos imediatos das reformas que a Grécia está oferecendo aos credores europeus permitiria ao país avançar na corrida para obter um novo empréstimo, evitar a falência do Estado e uma possível saída da zona do euro.

"As novas propostas da Grécia foram recebidas pelo presidente do Eurogrupo Dijsselbloem", tuitou o porta-voz do ministro. "Importante para as instituições considerarem isto em suas análises."

Ele acrescentou que Dijsselbloem não fará nenhum comentário sobre o conteúdo das propostas até a conclusão pelas instituições responsáveis de uma avaliação sobre se os planos da Grécia oferecem uma base para as negociações de um empréstimo.

Uma autoridade grega disse que parlamentares serão solicitados a autorizar o governo de esquerda a negociar uma série de medidas que devem ser tomadas antes que os fundos de auxílio sejam desembolsados, um passo fundamental para convencer credores céticos da seriedade de suas intenções.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tinha até a meia noite desta quinta-feira (horário local) para entregar um plano detalhado de reformas e evitar uma turbulência maior.

Bancos gregos estão fechados desde 29 de junho, quando controles sobres capitais foram impostos e os saques em espécie foram limitados, seguindo o colapso de negociações anteriores para um resgate ao país.

A Alemanha, o maior credor, deu um pequeno passo de concessão a Atenas, ao concordar que a Grécia precisará de certas reestruturações da dívida como parte de um programa de empréstimos de três anos que viabilizaria sua economia.

A posição do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, foi revelada horas antes do prazo dado à Grécia, que precisa convencer parceiros europeus a conceder outro empréstimo.

A Grécia já possui dois resgates no valor de 240 bilhões de euros vindos da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional, mas, desde que a crise começou, sua economia despencou, o desemprego subiu acima de 25 por cento e um a cada dois jovens no país está fora do mercado de trabalho.

Schaeuble, que não esconde suas dúvidas sobre a capacidade de a Grécia permanecer na zona do euro, disse durante uma conferência em Frankfurt: "A sustentabilidade da dívida não é viável sem um corte e acho que o FMI está correto ao dizer isso."

Mas acrescentou: "Não pode haver um corte porque violaria o sistema da União Europeia."

Ele não ofereceu solução para o enigma, o que sugere que o problema da dívida da Grécia pode não ser resolvido dentro da zona do euro. Porém, disse que havia um espaço limitado para renegociar a dívida grega, estendendo prazos dos empréstimos, reduzindo as taxas de juros e alongando uma moratória sobre os pagamentos do serviço da dívida.

Schaeuble também reclamou que não tinha visto qualquer sinal de "ações prévias" por parte do governo grego.

A votação de sexta-feira deve de alguma forma desarmar essas críticas, apesar de que uma nova votação será necessária para transformar as "ações prévias" em lei na próxima semana se um acordo for alcançado, disse a autoridade grega.

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