Por cadu.bruno

Estados Unidos - Um dos geradores da refinaria da Petrobras, em Pasadena, no Texas, explodiu na manhã deste sábado, causando um incêndio de grandes proporções. De acordo com informações preliminares, três pessoas teriam sofrido queimaduras, uma delas estaria em estado grave, segundo agências de notícias.

O gerador que explodiu tem capacidade para processar 100 mil barris por dia (bpd) e, segundo o serviço de inteligência da indústria de energia Genscape, uma unidade de hidrotratamento de óleo de 35 mil bpd da refinaria foi fechada. Ainda não foi avaliado o tamanho do prejuízo, mas tudo indica que outras unidades do sistema continuam operando normalmente.

O complexo de refino foi adquirido em 2006%2C e gerou acusações de superfaturamento no negócioReprodução Internet

Por conta da explosão e seus desdobramentos, a Guarda Costeira dos EUA fechou parte do canal de Houston para navegação. A justificativa foi a cortina de fumaça proveniente do incêndio.

A emissora local KTRK informou que a explosão fez muitas casas tremerem. Bombeiros de Pasadena e de Houston passaram a tarde trabalhando no combate às chamas. O complexo de refino de petróleo fica no Houston Ship Channel, umas das vias navegáveis mais importantes dos EUA.

Péssimo negócio levanta suspeita

A Petrobras comprou a refinaria de Pasadena em 2006. E, tão logo foi fechado o negócio, começaram as suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas. A presidente Dilma Rousseff era quem presidia o Conselho de Administração da estatal na época da compra. Foi o órgão que deu aval para a operação acontecer.

Para se ter uma dimensão do mau negócio basta comparar valores pagos pela Petrobras e pela antiga dona da refinaria, a empresa belga Astra Oil. Enquanto a companhia europeia pagou US$ 42,5 milhões por 100% do complexo em 2005, apenas uma ano depois a gigante brasileira desembolsou US$ 360 milhões. E por apenas 50% das ações.

Investigadores da Polícia Federal cogitam até mesmo o pedido de anulação do negócio. Isso porque há indícios de recebimento de propina de ex-funcionários da estatal.

Em hipotético acordo de delação premiada, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) teria dito que a presidente Dilma sabia do rombo desde o começo. O depoimento ainda não foi protocolado, mas o vazamento das informações indicaria que ela teria atuado para que Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal e um dos presos na Lava Jato, fosse mantido no cargo.

O Planalto se posicionou em nota sobre a suposta delação. “A decisão da compra da Refinaria da Pasadena foi tomada por unanimidade no Conselho de Administração – incluindo a participação de membros com amplo conhecimento de mercado e habituados a grandes investimentos. A decisão estava alinhada com o Plano Estratégico Petrobras 2015 e seguiu os procedimentos regulares previstos no Estatuto Social da empresa”. 

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