Por felipe.martins

Bruxelas - A caçada humana depois dos ataques de Bruxelas se concentra em um homem belga que as autoridades acreditam ser um fabricante de bombas para o Estado Islâmico. Ele viajou para a Síria para treinar e recrutar combatentes estrangeiros no ano passado.

Autoridades belgas disseram ontem que não sabem se Najim Laachraoui, de 24 anos, seria o terceiro responsável pelo ataque de terça, que teria desaparecido depois de dois suicidas detonarem suas bombas no aeroporto e no metrô de Bruxelas. Essas explosões foram as primeiras de dois atentados que mataram pelo menos 34 pessoas.

Centenas de pessoas se reuniram durante todo o dia de ontem na Praça da Bolsa de Bruxelas, que desde a noite de terça-feira é o centro de vigília e homenagens. Mensagens são escritas no chão e em paredesArte O Dia

Promotores identificaram um dos terroristas do aeroporto como Ibrahim El Bakraoui, de 29 anos, e o homem-bomba do metrô como seu irmão, Khalid, de 27 anos. O mais velho havia sido preso ano passado na Turquia e deportado. “Um dos agressores em Bruxelas é um indivíduo que detivemos em Gaziantep em junho. Nós relatamos a deportação para a embaixada belga em Ancara, mas ele foi solto”, declarou o presidente turco, Tayyip Erdogan.

Os promotores disseram que Laachraoui, nascido em Schaerbeek, subúrbio de Bruxelas, era procurado pelas autoridades belgas por conexão com os ataques de Paris. Seu DNA foi encontrado em coletes utilizados por suicidas nesses atentados e no apartamento onde o material foi montado. Seu suposto papel na construção das bombas de Paris sugere que ele também pode ter feito as bombas utilizadas em Bruxelas, de acordo com autoridades dos EUA.

Os irmãos Bakraoui teriam ligações ainda com Salah Abdeslam, tido como o mentor dos ataques de Paris e preso sexta-feira em Bruxelas. Usando nome falso, Khalid alugou um apartamento que foi revistado semana passada, dias antes da prisão de Salah. Nesse apartamento havia impressões digitais de Salah. Um homem foi morto.

Papa reza pelas vítimas, e reis fazem homenagens

Na audiência-geral na Praça de São Pedro e sob reforçado esquema de vigilância — com detectores de metal em todos os acessos do Vaticano —, o Papa Francisco homenageou ontem as vítimas de Bruxelas. “Com o coração dorido, segui as tristes notícias dos atentados terroristas. Asseguro a minha oração e a minha proximidade à cara população belga.”

Na Bélgica, mais homenagens. Pela manhã, o casal real, Felipe e Matilda, foram ao Aeroporto de Zaventem, onde depositaram flores. Funcionários também fizeram vigília. O terminal, fechado para voos desde a manhã dos ataques, talvez reabra hoje. Em seguida, os reis visitaram feridos num hospital da capital. Eles não falaram com a imprensa.

A Praça da Bolsa, que na terça à noite fora o local escolhido pelos belgas para vigília pelos mortos em Bruxelas, amanheceu ainda mais lotada e com mensagens riscadas no chão.

Você pode gostar