Por lucas.cardoso

Bangalore, Índia - Ainda sob o choque dos ataques em Bruxelas, na terça-feira, o mundo teme hoje outra atrocidade do Estado Islâmico: a crucificação de um padre católico em plena Sexta-Feira da Paixão. O sacerdote indiano Tom Uzhunnalil fora sequestrado no início do mês no Iêmen e, segundo as irmãs franciscanas de Siessen na África do Sul, tem sido torturado e só não foi morto porque o grupo extremista supostamente planejou a ‘execução temática’ para hoje. Representantes de sua congregação, em Bangalore, no entanto, não confirmam a informação, mas pediram orações.

Padre Tom Uzhunnalil era o capelão de freiras mortas em ofensiva do EI%2C em 4 de marçoReprodução Facebook


Padre Tom foi levado dia 5 de março de um asilo em Aden, no Iêmen, fundado pela Madre Teresa de Calcutá. Na ocasião, homens armados que teriam ligação com o Estado Islâmico entraram atirando e mataram 16 pessoas, incluindo quatro freiras. O Papa Francisco havia descrito a ação como “diabólica”. A única sobrevivente do ataque contou que os terroristas mataram os pacientes um a um, na cabeça. Ela escapou porque se escondeu atrás de uma porta.

A ordem à qual Tom pertence, no entanto, não confirma os rumores da crucificação. “Não sabemos até hoje quem o levou nem por que atacaram a casa”, contou Mathew Valarkot, porta-voz dos Salesianos de Bangalore. “Não temos notícia de Tom desde então, se ele está vivo ou foi morto. Mas pedimos orações por ele”. Diplomatas do Vaticano estão trabalhando para descobrir o paradeiro de Tom.

O Iêmen está mergulhado em uma guerra civil há mais de um ano. O país é terreno fértil para grupos extremistas — não só o Estado Islâmico, mas também o que restou da Al-Qaeda. Católicos são alvo dos terroristas do Estado Islâmico, que não esconde a intenção de explodir o Vaticano e de matar o Papa. Não por acaso, depois dos ataques em Bruxelas, a segurança em Roma foi reforçada, e todos os peregrinos que quiseram entrar na Praça de São Pedro tiveram de passar por detectores de metal.

Ministros entregam renúncia


Os ministros da Justiça e do Interior da Bélgica ofereceram suas renúncias ontem. Eles admitiram falha no monitoramento de Ibrahim El Barakoui, um dos suicidas de terça, preso e deportado da Turquia no ano passado por terrorismo. Sua explosão, no Aeroporto de Zaventem, matou pelo menos 14 pessoas. O ministro do Interior, Jan Jambon, disse que o premiê Charles Michel pediu para que continuasse no cargo.

Belgas e turistas continuam prestando homenagens na Praça da Bolsa de Bruxelas. Ontem%2C dois ministros apresentaram sua renúnciaEfe

“Em tempos de guerra, você não pode deixar o campo de batalha”, disse Jambon à TV VTM. O ministro da Justiça, Koen Geens, também ofereceu renúncia mas ficará no cargo, disse um porta-voz do ministério.

Plano incluía ataque a usina nuclear

Os homens-bomba responsáveis pelos ataques em Bruxelas pretendiam destruir uma usina nuclear na Bélgica, mas as prisões que tiveram início na semana passada podem tê-los forçado a mudar o alvo para a capital, relatou o jornal DH. Investigações também dão conta de que o plano inicial era repetir em Bruxelas o que houve em Paris, com execuções a metralhadora.

Referindo-se a incidente em dezembro confirmado por procuradores em que militantes filmaram secretamente a casa de uma autoridade da indústria nuclear, o jornal disse que dois dos homens-bomba, os irmãos Khalid e Ibrahim Bakraoui, filmaram a rotina diária do chefe do programa de pesquisa e desenvolvimento nuclear da Bélgica.

Um vídeo de 10 horas feito com uma câmera escondida na frente da casa da autoridade foi encontrado em dezembro durante operação policial na Bélgica, ligada aos ataques em Paris.

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