Por thiago.antunes

Orlando - Responsável pelo pior ataque a tiros da história dos Estados Unidos, Omar Mateen sondou vários alvos em Orlando. Um deles era a Disney. O FBI, a polícia federal americana, está refazendo os passos do homem que no domingo matou a sangue-frio 49 pessoas na Pulse, boate gay que estava lotada por conta da Noite Latina. Federais o detiveram duas vezes em quatro anos para interrogatório.

As suspeitas de envolvimento com o terror não geraram provas suficientes para prendê-lo — nem impediram Mateen de comprar, semana passada, as armas do massacre. Ontem, cidades de todo o mundo prestaram homenagens aos mortos, seja iluminando cartões-postais, seja deixando flores nas embaixadas.

Torre Eiffel se iluminou com as cores da bandeira LGBTT em homenagem às vítimas da Pulse%3A em novembro%2C 130 morreram em atentadosDivulgação

Reportagem da ‘People’ descobriu que Mateen, em abril, esteve com a mulher em Orlando. O objetivo era sondar possíveis alvos. A Disney World foi uma das opções do atirador. Como a segurança nos parques (como o Magic Kingdom e a Epcot) era muito elevada, com detectores de metal e revista manual em todos os acessos, Mateen passou a buscar locais onde a fiscalização fosse mais frouxa.

Um dos pontos visados, além da boate Pulse, era Disney Springs, antigo Downtown Disney, movimentado centro comercial que reúne cinemas, restaurantes temáticos, casas noturnas e lojas. É para lá que muitos frequentadores vão depois que os parques fecham. Mateen acabou escolhendo a Pulse, onde fez as 49 vítimas.

A ‘People’ também publicou que Mateen, impressionado com ataques de grupos extremistas estrangeiros, teria dito a colegas de trabalho, em uma firma de segurança, que queria “morrer como um mártir”. Revelara ainda a intenção de se afiliar ao Hezbolah.

Prefeitura da capital belga%2C alvo do terror%2C também se iluminouEfe

Versões e bate-boca ofuscam luto

Donald Trump aproveitou para disseminar seu ódio a minorias. O candidato à presidência dos Estados Unidos prometeu suspender a imigração procedente de áreas com um histórico provado de terrorismo. “As leis de imigração dos EUA dão ao presidente poderes para suspender a entrada no país de qualquer tipo de pessoa”, afirmou.

Já o presidente Obama explicou que não existem provas claras para afirmar que o massacre ocorrido ontem em Orlando foi “dirigido” por extremistas nem que fazia parte de um plano terrorista de maior escala. Obama declarou que as investigações ainda não determinaram quais foram as motivações, mas disse que, segundo os dados coletados, se trata de um caso de “terrorismo doméstico”.

ONU prega pela união

O secretário-geral adjunto da ONU, Jan Eliasson, expressou sua esperança de que o atentado contra a Pulse não estimule as divisões na sociedade nem fomente a separação em função das características, origem, interesses, religião ou orientação sexual das pessoas.

“A intenção daqueles que cometeram estes atos é a de nos assustar, para que identifiquemos outros grupos como o problema, como os inimigos. Por isso temos que ser muito fortes para defender nossos valores, porque todos os humanos somos iguais”, disse Eliasson. “Se adentramos no terreno pantanoso de dividir-nos em diferentes categorias entraremos em um perigoso futuro. É o que os terroristas querem.”

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