Por lucas.cardoso
Hillary Clinton em evento sobre a capacitação de mulheres e meninas em Washington em 2015Reuters

Washington - A Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI), descobriu quase 15 mil documentos vinculados ao escândalo dos e-mails da candidata democrata à presidência do país, Hillary Clinton, informaram nesta segunda-feira veículos de imprensa americanos.

Os documentos foram encontrados durante a investigação do FBI sobre o uso de um servidor de e-mail privado por Hillary quando ela ocupava o cargo de secretária de Estado, entre os anos de 2009 e 2013. O número representa quase 50% dos 30 mil documentos relacionados com o assunto que os advogados de Hillary entregaram ao Departamento de Estado em 2014.

O próprio Departamento de Estado se comprometeu a publicar os documentos e assegurou hoje ao juiz federal James E. Boasberg que o órgão está "dando prioridade" à revisão das novas mensagens. No entanto, ainda não se sabe se esses e-mails serão publicados antes das eleições, que acontecem no dia 8 de novembro, na qual a também ex-primeira-dama enfrentará seu rival republicano, Donald Trump, para chegar à presidência do país.

A polêmica pelos e-mails teve início em 2015, quando os veículos de imprensa americanos revelaram que, durante seus quatro anos no Departamento de Estado, Hillary usou durante o tempo todo uma conta particular para suas comunicações, com um servidor privado.

Hillary reconheceu então que teria sido "mais inteligente" usar uma conta oficial e entregou 55 mil páginas de e-mails de seu período como chefe do Departamento de Estado para que fossem divulgados, mas o caso gerou dúvidas sobre se Hillary tratou de maneira indevida informações sigilosas do governo ao usar sua conta pessoal.

O Departamento de Estado identificou cerca de 2.100 e-mails do servidor de Hillary com informação confidencial, mas assegurou que muitos deles não eram considerados classificados no momento de seu envio, mas foram rotulados como tal durante a revisão atual dos e-mails.

Além disso, o tema dos e-mails acentuou as acusações por parte da bancada republicana no Congresso sobre a má gestão da ex-secretária de Estado em relação ao ataque contra o consulado americano em Benghazi, na Líbia, em 2012, no qual morreram o então embaixador Chris Stevens e outros três funcionários do governo.

Hillary se submeteu há alguns meses a um comparecimento perante os legisladores que durou mais de 11 horas para explicar o ocorrido naquele ataque e, no início de julho, foi tornado público o relatório final dos congressistas sobre o atentado, no qual não foram encontradas provas contra a candidata democrata.

Além disso, o FBI recomendou em julho ao Departamento de Justiça que não indiciasse a candidata presidencial após finalizar suas investigações do caso dos e-mails, por isso a procuradora-geral, Loretta Lynch, seguiu suas diretrizes.

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