Por clarissa.sardenberg

Itália - A Defesa Civil da Itália informou na tarde desta quinta-feira que subiu para 250 o número de mortes causadas pelo terremoto de 6,2 graus que atingiu a região central do país na madrugada de quarta-feira. O número foi revisado porque aumentaram as vítimas em Amatrice, subindo a 193. Com outras 11 vítimas em Accumoli, o total de mortos vai a 204 na região do Lazio. Outras 46 pessoas morreram em Arquata del Tronto, que fica em Marcas. Já os feridos que estão hospitalizados no momento são 365.

Até o momento, mais de 215 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros, graças ao incansável trabalho do Corpo de Bombeiros. Um dos casos mais comoventes é o da pequena Giorgia, de oito anos, que foi resgatada após ter passado 16 horas debaixo dos restos de sua casa em Pescara del Tronto, distrito de Arquata del Tronto que praticamente sumiu do mapa. "Espero que Giorgia se lembre pouco do que aconteceu. Aliás, espero que esqueça tudo", disse o bombeiro Angelo Moroni, que tirou a menina dos escombros.

Terremoto devastou cidade italiana de Amatrice, deixando moradores em pânico Foto%3A EFE

O abalo sísmico, sentido às 3h36 locais desta quarta-feira, devastou cidades inteiras nas regiões de Marcas e Lazio, que ficam no centro da Itália, bem próximo de L'Aquila, que ainda tenta se reconstruir do terremoto de 2009 que deixou 309 vítimas.

Desde que a terra começou a tremer durante a madrugada, até às 7h locais desta quarta-feira, foram registradas 460 réplicas, sendo que uma delas superou os 5 graus de magnitude e levou os italianos ao pânico novamente.

De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), nas 30 horas sucessivas ao terremoto, foram identificados 85 eventos sísmicos de 3 a 4 graus, oito de 4 a 5 graus e um maior que 5 graus, sendo este ocorreu na zona de Norcia, na Úmbria, às 4h33 locais, com magnitude extata de 5,4.

"Até o momento, as réplicas estão ocorrendo de maneira coerente com o que se prevê nos modelos teóricos, baseados em um terremoto principal. Mas sabemos que podem ocorrer abalos sísmicos mais fortes", disse o sismólogo Massimo Cocco, do INGV.

Além das centenas de vítimas e feridos, outras quatro mil pessoas estão desabrigadas e passaram a noite em centros de acolhimento e tendas. Muitas delas tentaram se organizar para recuperar o que sobrou de suas casas, principalmente medicamentos e documentos.

"Ainda não sabemos onde ir", lamentou uma família de Arquata del Tronto, em Marcas. Nesta manhã, a Promotoria de Rieti abriu um inquérito para apurar a hipótese de desastre culposo no terremoto. Coordenada pelo promotor Giuseppe Saieva, a investigação analisará inclusive o desabamento de edifícios públicos que foram recentemente reestruturados, como uma escola em Amatrice.

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